Uma vez concluído, o domo de 65 metros de altura será um dos maiores edifícios mecanizados já construídos (imagem: GMTBrO/divulgação)
Foi finalizado o desenho conceitual do edifício, com portas de 46 metros de altura para dar acesso ao telescópio de 25 metros a ser construído no deserto do Atacama, no Chile
Foi finalizado o desenho conceitual do edifício, com portas de 46 metros de altura para dar acesso ao telescópio de 25 metros a ser construído no deserto do Atacama, no Chile
Uma vez concluído, o domo de 65 metros de altura será um dos maiores edifícios mecanizados já construídos (imagem: GMTBrO/divulgação)
Agência FAPESP – O Telescópio Gigante Magalhães (GMT) e a empresa espanhola Idom anunciaram que o domo do telescópio, projetado para ser uma das maiores instalações astronômicas do mundo, passou pela revisão final do desenho conceitual e está pronto para a construção, no deserto do Atacama, no Chile.
A equipe do consórcio internacional do GMT já completou cerca de 40% da sua estrutura e deve começar suas operações no início da década de 2030.
“Uma equipe de dez especialistas internacionais validou dois anos de trabalho de design da Idom e do GMT. O desenho conceitual do domo é único e uma importante conquista para as áreas de gestão técnica, design e engenharia. Somos gratos pela avaliação profissional realizada pelo comitê enquanto avançamos para a construção”, disse Bruce Bigelow, gerente de Infraestrutura Local, Domo e Instalações do GMT. “Estamos muito entusiasmados em avançar para a fase de aquisição, quando começaremos a solicitar propostas para a construção.”
Uma vez concluído, o domo de 65 metros de altura será um dos maiores edifícios mecanizados já construídos. Com mais de 5 mil toneladas, essa estrutura será capaz de completar uma rotação em quatro minutos e estará equipada com portas de 46 metros de altura que darão acesso ao telescópio de 25,4 metros.
O domo foi projetado para controlar o ambiente operacional do GMT, protegendo os sete dos maiores espelhos monolíticos do mundo enquanto rastreia objetos astronômicos localizados a mais de 1 bilhão de anos-luz de distância.
Participação brasileira
Desde 2014, o Brasil participa do projeto a partir de um investimento de US$ 50 milhões da FAPESP, no âmbito do projeto GMT-FAPESP. O valor garante cerca de 4% do tempo anual de operação do GMT para pesquisadores do Estado de São Paulo.
O Giant Magellan Telescope Brazil Office é o escritório brasileiro do projeto, liderado pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP). O GMTBrO conta com mais de 40 profissionais dedicados à coordenação e execução do projeto. Eles estão diretamente envolvidos no design e na produção de instrumentos astronômicos que serão utilizados no telescópio.
A coordenação do escritório brasileiro celebrou o impacto do projeto para a ciência em âmbito nacional e mundial. “A participação do Brasil no projeto GMT tem sido uma oportunidade única de formação de jovens engenheiros em instrumentação astronômica, participantes de equipes internacionais multidisciplinares, que aumentam a capacidade do grupo de contribuir em grandes projetos futuros”, destacou Claudia Mendes de Oliveira, professora do IAG-USP e integrante da coordenação do projeto GMT-FAPESP.
Por meio das tecnologias ópticas de ponta, o GMT terá dez vezes mais poder de resolução em comparação ao Telescópio Espacial Hubble e será 200 vezes mais poderoso que os melhores telescópios da atualidade. As tecnologias inovadoras capacitarão cientistas, oferecendo dados sobre a evolução do Universo, as origens dos elementos químicos e a descoberta de vida em exoplanetas distantes.
Ao concluir a revisão final do domo, o GMT prepara uma busca global por uma empresa que queira deixar sua marca no futuro da astronomia a partir da sua construção.
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