Estátua do profeta Daniel feita em pedra-sabão por Aleijadinho (foto: divulgação)

Doença rara em Minas Gerais
04 de fevereiro de 2004

Estudo revela que artesãos do distrito de Mata dos Palmitos, em Ouro Preto (MG), estão sujeitos a contrair uma doença chamada talcose, devido ao contato respiratório com o pó proveniente da rocha esteatito, mais conhecida como pedra-sabão

Doença rara em Minas Gerais

Estudo revela que artesãos do distrito de Mata dos Palmitos, em Ouro Preto (MG), estão sujeitos a contrair uma doença chamada talcose, devido ao contato respiratório com o pó proveniente da rocha esteatito, mais conhecida como pedra-sabão

04 de fevereiro de 2004

Estátua do profeta Daniel feita em pedra-sabão por Aleijadinho (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - Uma doença pouco conhecida pelos habitantes do distrito de Mata dos Palmitos, em Ouro Preto (MG), está comprometendo a saúde dos artesãos de objetos decorativos em pedra-sabão da região. Trata-se da irreversível talcose, provocada por uma fibrose pulmonar que surge de forma progressiva.

A doença aparece quando se inala, por um intervalo longo de tempo, o talco da rocha esteatito, também conhecida como pedra-sabão. É durante o processo de produção das peças de artesanato – importante alternativa econômica para a população local – que ocorre uma grande emissão de poeira mineral na atmosfera.

A produção de objetos decorativos é uma saída para aqueles que não estão inseridos no mercado formal de trabalho. Por causa disso, o manuseio da pedra-sabão é sempre realizado em condições precárias de trabalho.

O estudo Talcose entre artesãos em pedra-sabão em uma localidade rural do município de Ouro Preto, publicado pelos Cadernos de Saúde Pública, mostra que a poeira de pedra-sabão é composta basicamente pelo talco, que compromete diretamente os alvéolos pulmonares.

A única forma de amenizar o problema, segundo a pesquisa, é diminuir o contato direto do artesão com a rocha. Uma medida seria obrigar que a compra da matéria-prima fosse feita diretamente nas empresas que exploram minas da região. Hoje, são os próprios artesãos que retiram, de outras minas, o material de que precisam.

O artigo conclui que a gravidade do problema e suas repercussões sobre a saúde e a qualidade de vida dos artesãos exigem a adoção imediata de medidas de proteção dos trabalhadores envolvidos no processo de produção.

Para ler o texto do estudo, disponível na biblioteca virtual SciELO, clique aqui.


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