Artigo na Nature Reviews Endocrinology aponta descrição equivocada da distribuição do hormônio concentrador de melanina – um dos moduladores da fome – no sistema nervoso central (imagem: Gerd Altmann/Pixabay)
Artigo na Nature Reviews Endocrinology aponta descrição equivocada da distribuição do hormônio concentrador de melanina – um dos moduladores da fome – no sistema nervoso central
Artigo na Nature Reviews Endocrinology aponta descrição equivocada da distribuição do hormônio concentrador de melanina – um dos moduladores da fome – no sistema nervoso central
Artigo na Nature Reviews Endocrinology aponta descrição equivocada da distribuição do hormônio concentrador de melanina – um dos moduladores da fome – no sistema nervoso central (imagem: Gerd Altmann/Pixabay)
Agência FAPESP* – Um artigo escrito pelo professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) Jackson Bittencourt em resposta a um trabalho de revisão coordenado por pesquisadores da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, traz considerações importantes sobre a anatomia do sistema nervoso central.
Publicado na revista Nature Reviews Endocrinology, o artigo aponta erros cometidos em relação à distribuição morfológica do hormônio concentrador de melanina (MCH) e à nomenclatura de uma região do cérebro. Tais erros, segundo ele, podem comprometer seriamente o avanço do conhecimento científico.
De acordo com Bittencourt, embora os cientistas da Espanha tenham feito uma excelente revisão sobre o papel do MCH no controle da homeostase energética, eles descreveram de forma equivocada a sua organização anatômica. O MCH é visto principalmente como um dos moduladores da fome, além de desempenhar um papel relevante no controle do sono e na lactação.
“O que ocorreu foi uma simplificação exacerbada, isso não pode acontecer. Definiram uma das regiões onde o hormônio se encontra como zona incerta – uma nomenclatura que não diz respeito à sua localização e a função de provocar a fome; eu e outros colegas ajudamos a extingui-la há mais de uma década”, afirma.
Além disso, segundo ele, os pesquisadores espanhóis não deram ênfase suficiente para a região onde a maioria dos neurônios do MCH está localizada, a área hipotalâmica lateral. “Trata-se de uma região integradora, que recebe todo tipo de informação, desde o olfato até o controle da pressão arterial, sono, fome, e as distribui para outras partes do corpo. Ela está relacionada também a alguns dos efeitos do controle alimentar e da reprodução.”
O professor coordena o Laboratório de Neuroanatomia Química, que tem se dedicado desde 2010 ao estudo do hormônio concentrador de melanina no controle do comportamento maternal e da lactação. Uma das pesquisas na área está vinculada a Projeto Temático financiado pela FAPESP.
“Estudamos em ratas como a lactação é controlada pelo organismo. Suspeitamos que o hormônio é o responsável por indicar o momento em que o corpo encerra o ciclo de produção de leite para voltar a reproduzir, ou diminuir a fome de forma que o animal não necessite mais de tanta energia para a produção de leite. Esse conhecimento pode ser útil no futuro para corrigir condições em que seja necessária a paralisação da amamentação”, comenta Bittencourt.
O artigo Anatomical and functional heterogeneity of ‘hypothalamic’ peptidergic neuron populations pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41574-022-00680-9.
* Com informações da Assessoria de Comunicação do ICB-USP.
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