Dobradinha eficiente
10 de janeiro de 2005

Pesquisa feita na Unifesp obtém bons resultados no tratamento de doenças neurológicas que acarretam hipertonias musculares ao utilizar um procedimento combinado de fenol e toxina botulínica do tipo A

Dobradinha eficiente

Pesquisa feita na Unifesp obtém bons resultados no tratamento de doenças neurológicas que acarretam hipertonias musculares ao utilizar um procedimento combinado de fenol e toxina botulínica do tipo A

10 de janeiro de 2005

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - O uso da toxina botulínica do tipo A (TBA) no tratamento de pacientes com problemas neurológicos, associado a aplicações de um tipo de fenol derivado do benzeno, resultou em uma melhora de até 80% dos casos que apresentavam rigidez muscular moderada e controle voluntário dos movimentos.

Apesar de as duas substâncias poderem ser empregadas de forma isolada, o uso das duas em conjunto, mas não em uma mesma fórmula, mostrou-se uma ferramenta poderosa. O resultado foi obtido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

"O novo tratamento consiste na diminuição da rigidez dos músculos com a aplicação da toxina e do fenol simultaneamente em diferentes segmentos corporais", explicou a médica Lúcia Helena Granero à Agência FAPESP.

"A utilização combinada facilita o uso de toxina botulínica principalmente para pacientes com baixo peso. O fenol possibilita também que outras regiões sejam tratadas, economizando doses de toxina e diminuindo o custo final do tratamento", disse. Segundo Lúcia Helena, enquanto o fenol pode ser injetado em músculos e nervos motores, a TBA só é indicada para as regiões musculares.

A nova metodologia também é mais barata. Enquanto um frasco de fenol custa, em média R$ 3, a mesma quantidade de toxina chega a ser 300 vezes mais cara. "Além disso, o efeito do fenol no organismo dura aproximadamente seis meses, muito mais do que a ação da TBA, que é de três a quatro meses", disse Lúcia Helena.

A pesquisadora conta que, com as aplicações das duas substâncias de forma simultânea, o paciente consegue usufruir de tratamentos alternativos como fisioterapia ou terapia ocupacional. As dores causadas pelos distúrbios do movimento também ficam menos intensas.

De acordo com estatísticas do Centro de Reabilitação Lar Escola São Francisco (Lesf), onde estão sendo desenvolvidos os estudos, o uso combinado das duas substâncias apresentou sucesso para os casos de melhor prognóstico, isto é, casos com maior potencial para recuperação física. O Lesf é uma entidade filantrópica ligada à Unifesp que segue a filosofia de promover a reabilitação física e psicológica de crianças e adultos com deficiência no aparelho locomotor.


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