Na África, sangue contaminado doado provoca muitos casos novos de Aids
(foto:Gideon Mendel/International HIV/AIDS Alliance)

Doação segura
01 de fevereiro de 2006

Política desenvolvida na África do Sul para coibir a transmissão do vírus da Aids por meio de doações de sangue exibe bons resultados. A prevalência de HIV-1, em amostras doadas, caiu 50%

Doação segura

Política desenvolvida na África do Sul para coibir a transmissão do vírus da Aids por meio de doações de sangue exibe bons resultados. A prevalência de HIV-1, em amostras doadas, caiu 50%

01 de fevereiro de 2006

Na África, sangue contaminado doado provoca muitos casos novos de Aids
(foto:Gideon Mendel/International HIV/AIDS Alliance)

 

Agência FAPESP - A África do Sul é um dos países do continente mais pobre do mundo que está no epicentro da pandemia da Aids. As estimativas mostram que 11,3% da população do país está contaminada pelo vírus da doença. Segundos cálculos da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 5% a 10% dos novos casos de Aids são causados por transfusões de sangue.

Como o serviço nacional de saúde sul-africano registra, a cada ano, a coleta de 700 mil amostras, e existem 5,3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HIV tipo 1, fica fácil perceber que existe um ciclo vicioso em andamento. Para tentar quebrar essa cadeia, as autoridades nacionais locais começaram a desenvolver uma série de iniciativas políticas em 2000.

Os resultados das ações educativas e de fiscalização, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (1°/2) no Jama, periódico oficial da Associação Médica Norte-Americana, têm sido satisfatórios. Na comparação feita entre as amostras obtidas nos anos 1999 e 2000 com outras, coletadas em 2001 e 2002, os cientistas registraram queda significativa na presença do HIV tipo 1 no sangue.

A prevalência do vírus sofreu queda de 50%. A maior redução, da ordem de 45%, ocorreu no grupo de pessoas que doavam sangue pela primeira vez. As doações da parcela da população de maioria negra caíram de 6,6% para 4,2%.

A política em curso na África do Sul procurou atacar duas frentes. De um lado, campanhas públicas incentivaram repetição da doação entre pessoas sem o vírus. O público jovem também foi escolhido como alvo para ações de esclarecimento, enquanto os doadores e receptores de sangue participaram de cursos educativos. Em outra linha de conduta, o governo fechou clínicas de sangue particulares localizadas em áreas com alta incidência da Aids.

Para os autores do estudo está claro que, no longo prazo, a conscientização dos doadores de sangue é a chave para que o material contaminado deixe de circular entre a sociedade. Além disso, eles consideram importante que o exemplo sul-africano seja replicado em outros países que tenham altos índices de contaminação por transfusão sangüínea.

Mais informações: www.jama.ama-assn.org.


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