A meta da pesquisa é criar um banco nacional com informações disponíveis na internet sobre os grupos de todo o país (foto: divulgação)
Pesquisadores da Unicamp identificam genes dos grupos sangüíneos de 500 doadores. A meta é criar um banco nacional com informações disponíveis na internet sobre os grupos de todo o país
Pesquisadores da Unicamp identificam genes dos grupos sangüíneos de 500 doadores. A meta é criar um banco nacional com informações disponíveis na internet sobre os grupos de todo o país
A meta da pesquisa é criar um banco nacional com informações disponíveis na internet sobre os grupos de todo o país (foto: divulgação)
Agência FAPESP - Mapear geneticamente os grupos sangüíneos da população brasileira para construir um banco nacional de doadores de sangue. Essa é a mais recente empreitada dos pesquisadores do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Um grupo do Laboratório de Biologia Molecular do Hemocentro está trabalhando na identificação de diferentes tipos sangüíneos por meio de genotipagem, técnica responsável pela análise do código genético das células do sangue.
Os resultados vão permitir o desenvolvimento de um cadastro com a tipagem sangüínea de doadores em diferentes estados brasileiros. "As informações serão disponibilizadas na internet para que os médicos possam consultar de acordo com as necessidades transfusionais de seus pacientes", disse Lilian Maria de Castilho, bióloga e coordenadora do trabalho, à Agência FAPESP.
"O banco nacional de doadores de sangue deverá ser constituído em um prazo de cinco anos. Um sistema desse porte demanda informações de grupos sangüíneos de todas as regiões do país", explica a pesquisadora.
Por enquanto, a genotipagem realizada em Campinas é feita de forma manual, por meio do procedimento denominado reação enzimática em cadeia da polimerase (PCR). O método, que já permitiu genotipar cerca de 500 doadores da região de Campinas, amplifica as seqüências de DNA extraídas do sangue e informa a presença ou a ausência do gene que se deseja identificar.
"Dentro de alguns meses, utilizaremos a tecnologia de microarray para ampliar o perfil genético dos doadores. Essa técnica permite a determinação de 50 genes sangüíneos em uma única reação enzimática", disse Lilian. Os estudos têm apoio da FAPESP.
Lilian explica que os grupos sangüíneos são classificados em 29 sistemas, dos quais o Hemocentro da Unicamp consegue caracterizar geneticamente os cinco principais: ABO, RH, Kell, Duffy e Kidd. Com o auxílio da técnica de microarray, os pesquisadores querem avançar para os outros 24 sistemas.
A expectativa dos pesquisadores da Unicamp é que o trabalho possa ajudar na criação de procedimentos mais seguros para a transfusão de sangue. Outras possibilidades são auxiliar no cadastro de portadores de sangues raros e na prevenção de doenças hemolíticas em recém-nascidos causadas por incompatibilidade sangüínea dos pais.
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