Grupo sequencia parte do genoma de um mamute que viveu há 28 mil anos e teve ossos bem preservados pelo gelo (foto: Un. McMaster)

DNA de mamute é revelado
21 de dezembro de 2005

Grupo internacional seqüencia parte do genoma de um mamute que viveu há 28 mil anos. Análise do material revelou uma semelhança de 98,5% com o material genético do elefante africano

DNA de mamute é revelado

Grupo internacional seqüencia parte do genoma de um mamute que viveu há 28 mil anos. Análise do material revelou uma semelhança de 98,5% com o material genético do elefante africano

21 de dezembro de 2005

Grupo sequencia parte do genoma de um mamute que viveu há 28 mil anos e teve ossos bem preservados pelo gelo (foto: Un. McMaster)

 

Agência FAPESP - O primeiro seqüenciamento do genoma do mamute lanoso, gigantesco animal que habitou planícies no hemisfério Norte até ser extinto há cerca de 10 mil anos, acaba de ser anunciado. O estudo foi feito por um grupo de cientistas de diversos países e será publicado na quinta-feira (22/12), no site da revista Science.

Usando uma combinação de novas técnicas, os pesquisadores conseguiram seqüenciar parte do DNA de um mamute que viveu há 28 mil anos onde hoje se encontra a Rússia.

De quebra, o grupo analisou geneticamente diversos outros contemporâneos do animal, como bactérias, fungos, vírus e plantas. Os ossos do mamute e o resto do material histórico, extremamente bem preservados, foram obtidos em uma camada de terra congelada na Sibéria

Segundo os cientistas, o seqüenciamento permite pela primeira vez a comparação da espécie com os elefantes atuais, africanos e indianos, não apenas no nível das mitocôndrias (organelas geradoras de energia), mas também com informações do genoma nuclear.

O motivo é que o estudo resultou na produção de uma grande quantidade de DNA nuclear, que costuma ser menos freqüente do que o mitocondrial, além de ser mais difícil de extrair de fósseis ou outras amostras históricas.

Os pesquisadores analisaram 28 milhões de pares de base de DNA e verificaram que 13 milhões correspondem ao genoma do mamute lanoso. O restante era de microrganismos presentes na tundra. O material resultante foi comparado com o genoma do elefante africano, seqüenciado anteriormente por pesquisadores do Instituto Broad, nos Estados Unidos. O resultado foi uma semelhança de 98,5% nos materiais genéticos dos dois animais.

O estudo foi conduzido por Hendrik Poinar, da Universidade McMaster, no Canadá, e por paleontólogos da Universidade Penn State e do Museu Norte-Americano de História Natural, nos Estados Unidos, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, da Universidade Tübingen, na Alemanha, e da Academia Russa de Ciências.

O artigo Metagenomics to paleogenomics: large scale sequencing of mammoth dna, de Hendrik Poinar e colegas, pode ser lido no site da Science, em www.sciencemag.org.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.