Análise social do debate pela liberação das sementes de soja geneticamente modificadas, feita por Lavínia Pessanha, do IBGE, revela menos unanimidade do que a existente no universo científico (foto: E.Geraque)

Diversidade transgênica
27 de outubro de 2005

Análise social do debate pela liberação das sementes de soja geneticamente modificadas, feita por Lavínia Pessanha, do IBGE, revela menos unanimidade do que a existente no universo científico

Diversidade transgênica

Análise social do debate pela liberação das sementes de soja geneticamente modificadas, feita por Lavínia Pessanha, do IBGE, revela menos unanimidade do que a existente no universo científico

27 de outubro de 2005

Análise social do debate pela liberação das sementes de soja geneticamente modificadas, feita por Lavínia Pessanha, do IBGE, revela menos unanimidade do que a existente no universo científico (foto: E.Geraque)

 

Por Eduardo Geraque, de Caxambu

Agência FAPESP - De um lado a chamada equivalência substancial, de outro o princípio da precaução. A judicialização do debate ao redor da liberação da soja transgência no Brasil suscitou uma interessante discussão, durante o 29º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), em Caxambu (MG).

A discussão ocorreu com base no trabalho "Transgênicos, recursos genéticos e segurança alimentar: a judicialização e os argumentos do debate sobre a liberação da soja RR". Apresentado por Lavínia Pessanha, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo procurou identificar quais eram os principais argumentos das duas correntes.

"Os favoráveis à liberação centraram seus discursos na necessidade do combate à fome por meio da tecnologia. Se os não-transgênicos são usados, o mesmo também poderia valer para os frutos da inovação", disse Lavínia.

Os contrários, por sua vez, alertavam para os riscos ambientais e para a saúde humana. Apresentaram uma visão mais socioambiental. "O tema é bastante complicado. O que se pode afirmar é que não existe uma consciência ecológica unificada em torno de interesses públicos e comuns nesse campo", explica a pesquisadora.

Além dessa falta de consenso também científico – apesar de grande parte dos pesquisadores do campo da biotecnologia ser favorável à técnica –, Lavínia identificou uma falta de preocupação, durante o debate, com os aspectos culturais envolvidos com a questão. "Esse é um campo enorme para as ciências sociais", afirmou.

Paralelamente ao campo científico e tecnológico, o próprio governo acabou sendo favorável à liberação, segundo a pesquisadora, por questões econômicas. Para ela, é preciso estar inserido no mercado global, apesar de que alguns mercados na Europa ainda não aceitam totalmente os OGMs.

O importante de toda essa questão, segundo o estudo, é que houve uma grande participação dos órgãos ambientalistas e de defesa do consumidor no processo, que também procuraram o caminho jurídico para participar das discussões na sociedade.


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