Pesquisadores, ONGs e governos discutem na COP 8 um mecanismo internacional que possa fazer uma ponte entre as ciências biológicas e a política. O economista francês Ignacy Sachs elogia a iniciativa (foto: Citè)
Pesquisadores, ONGs e governos discutem na COP 8 um mecanismo internacional que possa fazer uma ponte entre as ciências biológicas e a política. O economista francês Ignacy Sachs elogia a iniciativa
Pesquisadores, ONGs e governos discutem na COP 8 um mecanismo internacional que possa fazer uma ponte entre as ciências biológicas e a política. O economista francês Ignacy Sachs elogia a iniciativa
Pesquisadores, ONGs e governos discutem na COP 8 um mecanismo internacional que possa fazer uma ponte entre as ciências biológicas e a política. O economista francês Ignacy Sachs elogia a iniciativa (foto: Citè)
Agência FAPESP - Os cientistas sabem que as taxas atuais de extinção das espécies podem ser até mil vezes mais rápidas do que o desaparecimento motivado por fontes naturais. Em todos os continentes há instituições investigando o problema, mas, diante desse quadro, várias perguntas têm sido levantadas.
Como melhorar a capacidade de prever as mudanças na biodiversidade, em avaliar essas alterações e elaborar cenários que informem melhor os tomadores de decisão? Como informar a sociedade das tendências atuais em diversidade biológica e das conseqüências das mudanças que estão ocorrendo?
Essas são algumas das questões. Para tentar chegar às respostas, pesquisadores de 11 países – África do Sul, Austrália, China, Camarões, Canadá, Estados Unidos, França, Gana, Holanda, México e Rússia – resolveram se reunir em janeiro de 2005, em Paris. O resultado foi a criação do Internacional Mechanism of Scientific Expertise on Biodiversity (Imoseb).
Trata-se de uma iniciativa que pretende reunir e estimular a colaboração entre grupos de cientistas, de representantes de organizações não-governamentais e de governos. O projeto, segundo discussão feita nesta quarta-feira (29/3), em Curitiba, na Oitava Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP 8), está aberto a todos os países que queiram participar.
"A idéia me parece muito positiva. Ela tem um objetivo bem prático, que é o de oferecer aos tomadores de decisão instrumentos científicos que possam revelar dados importantes sobre a biodiversidade", disse o economista Ignacy Sachs à Agência FAPESP.
Nascido na Polônia em 1927 e naturalizado francês, Sachs é, desde a década de 1960, professor da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, de Paris. Ele esteve na COP 8 para participar do Segmento de Alto Nível e resolveu prestigiar o evento do Imoseb.
"Essas grandes reuniões das Nações Unidas são muito mais importantes pelo que ocorre nos bastidores, e não nas salas oficiais", disse Sachs, que tem se dedicado ao meio ambiente e à criação de formas de reduzir a pobreza no mundo.
"Depois do painel sobre redução de pobreza, por exemplo, quatro ministros do continente africano entraram em contato comigo. Quem sabe poderemos, no futuro, fazer algum tipo de colaboração. É essa a parte que mais importa em reuniões como essa, o contato de pessoas que, muito provavelmente, jamais se encontrariam em outras circunstâncias", afirma.
Em termos práticos, mesmo sabendo que a proteção da biodiversidade não depende apenas de informações confiáveis, mas também da vontade política nas várias esferas governamentais, os responsáveis pela proposta do Imoseb continuarão com o plano original, com recursos provenientes do governo francês.
Entre março e outubro, serão realizadas consultas fechadas. Depois de mais uma reunião em novembro, as enquetes serão ampliadas para todo o mundo. A expectativa é que, em junho de 2007, as recomendações finais para que o mecanismo possa ser implementado estejam prontas.
Imoseb: www.imoseb.net
Mais informações sobre a COP 8: www.biodiv.org e www.cdb.gov.br
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