A cearense Polymar Ciência e Nutrição desenvolveu técnica capaz de transformar o óleo da Bulnesia sarmientoi em produtos de alto valor agregado (foto: Wikipedia)

Distinção nacional
24 de novembro de 2006

Prêmio Iberoeka de Inovação Tecnológica é concedido pela terceira vez a uma empresa brasileira. A cearense Polymar Ciência e Nutrição desenvolveu técnica capaz de transformar o óleo de pau-santo em produtos de alto valor agregado

Distinção nacional

Prêmio Iberoeka de Inovação Tecnológica é concedido pela terceira vez a uma empresa brasileira. A cearense Polymar Ciência e Nutrição desenvolveu técnica capaz de transformar o óleo de pau-santo em produtos de alto valor agregado

24 de novembro de 2006

A cearense Polymar Ciência e Nutrição desenvolveu técnica capaz de transformar o óleo da Bulnesia sarmientoi em produtos de alto valor agregado (foto: Wikipedia)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um júri formado por representantes de diversos países escolheu, pela terceira vez, uma empresa brasileira para receber o Prêmio Iberoeka de Inovação Tecnológica. Na edição de 2006, a vencedora foi a Polymar Ciência e Nutrição, de Fortaleza (CE).

O prêmio, que havia sido concedido a empresas nacionais em 2003 e 2004, faz parte do Programa Iberoeka, uma iniciativa internacional que visa a promover a cooperação empresarial entre países ibero-americanos para a inovação e o desenvolvimento tecnológico. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) é o órgão gestor do programa no Brasil.

O projeto premiado é resultado da parceria entre a Polymar, a Universidad de la República, do Uruguai, e a empresa Chortitzer Komitee, do Paraguai. O trabalho gerou uma técnica capaz de transformar o óleo da espécie Bulnesia sarmientoi (conhecida como pau-santo) em produtos de alto valor agregado.

A tecnologia foi desenvolvida no Parque de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Ceará (Padetec). De acordo com o superintendente da entidade, Afrânio Aragão Craveiro, o óleo essencial de pau-santo é vendido no mercado internacional por US$ 10 o quilo, em especial para a indústria de perfumaria, devido à sua alta concentração de guaiol, composto usado na produção de perfumes e que chega a custar US$ 100 o quilo.

"Utilizamos solventes químicos para precipitar o óleo. Ao ser filtrado, ele se divide em solvente, óleo residual que não foi cristalizado e o guaiol sólido", disse Craveiro à Agência FAPESP, ressaltando que a técnica não compromete o óleo essencial, que permanece com seu valor comercial de venda.

"Um ganho bem maior pôde ser obtido, pois a cada dez quilos de óleo de pau-santo processado foi possível obter um quilo de guaiol, sobrando ainda nove litros do óleo para comercialização", disse Craveiro. Segundo ele, com base nos resultados do projeto, um contrato de transferência de tecnologia foi assinado entre a Polymar e a Chortitzer.

Uma planta industrial para produção de guaiol cristalizado foi montada e testada primeiramente em Fortaleza, para depois ser transferida ao Paraguai. "O guaiol sólido já está sendo produzido na região do Chaco com pureza de 99%", conta Craveiro.

A cerimônia de entrega do Prêmio Iberoeka de Inovação Tecnológica ocorrerá nos dias 4 e 5 de dezembro, em Buenos Aires, durante o 7º Fórum Iberoeka.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.