Cientistas do Instituto Ludwig da Finlândia descobrem mecanismo genético envolvido com o surgimento do linfedema (foto: Inst. Ludwig)

Disfunções linfáticas
01 de setembro de 2004

Cientistas do Instituto Ludwig da Finlândia descobrem mecanismo genético envolvido com o surgimento do linfedema, problema que ocorre, entre outras situações, em mulheres que passaram por mastectomia

Disfunções linfáticas

Cientistas do Instituto Ludwig da Finlândia descobrem mecanismo genético envolvido com o surgimento do linfedema, problema que ocorre, entre outras situações, em mulheres que passaram por mastectomia

01 de setembro de 2004

Cientistas do Instituto Ludwig da Finlândia descobrem mecanismo genético envolvido com o surgimento do linfedema (foto: Inst. Ludwig)

 

Agência FAPESP - A disfunção ou a ausência da vascularização linfática em membros superiores e inferiores do corpo humano podem trazer sérios desconfortos, tanto de ordem física como psicológica. Entender como se formam os chamados linfedemas, uma das conseqüências do mal funcionamento do sistema linfático, é uma das formas para que novos tratamentos possam surgir.

O linfedema é o acúmulo anormal de proteínas e líquidos em regiões do corpo. Como os vasos linfáticos são os responsáveis por drenar essas substâncias que escapam do fluxo sangüíneo em direção aos tecidos, se eles não estiverem por lá – o que ocorre normalmente logo após uma cirurgia de retirada de um tumor –, ou não trabalharem direito, um edema será formado na região.

Pesquisas anteriores mostraram que mulheres que passaram por mastectomia, por exemplo, e desenvolveram o linfedema, apresentam problemas psicossociais e psicológicos em altas taxas – se comparado com grupos de mulheres sem a disfunção.

Preocupado com esse efeito colateral da retirada de tumores – o linfedema também aparece em casos de elefantíase – pesquisadores da unidade finlandesa do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre Câncer resolveram analisar o componente genético do problema.

Os cientistas descobriram que uma mutação do gene chamado FOXC2 está relacionada com a disfunção de vasos linfáticos. Mais do que isso. A mesma alteração genética também faz com que as válvulas linfáticas, que impedem o refluxo da linfa, não trabalhem normalmente.

Segundo Kari Alitalo, principal autor do trabalho publicado na edição de 22 de agosto da revista Nature Medicine, essa descoberta envolvendo a função do gene FOXC2 poderá ser aplicada, a partir de agora, no desenvolvimento de terapias que podem atenuar as conseqüências das disfunções linfáticas. O estudo contou com colaboradores no Reino Unido, Japão, Estados Unidos e Áustria.

Os estudos feitos encontraram um mesmo padrão morfológico entre os vasos linfáticos analisados. Toda a amostra foi formada por material retirado de pessoas que desenvolveram o linfedema. Os vasos, também, estavam recobertos por células musculares lisas. Essas estruturas, normalmente, estão associadas apenas aos vasos sangüíneos.


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