Cinco anos e R$ 5 milhões. É o que se precisa para que entre no mercado um novo medicamento para arteriosclerose, desenvolvido totalmente no Brasil, segundo Paulo Ivo Bittencourt, da UFRGS (foto: E.Geraque)
Cinco anos e R$ 5 milhões. É o que se precisa para que entre no mercado um novo medicamento para arteriosclerose, desenvolvido totalmente no Brasil, segundo Paulo Ivo Bittencourt, da UFRGS
Cinco anos e R$ 5 milhões. É o que se precisa para que entre no mercado um novo medicamento para arteriosclerose, desenvolvido totalmente no Brasil, segundo Paulo Ivo Bittencourt, da UFRGS
Cinco anos e R$ 5 milhões. É o que se precisa para que entre no mercado um novo medicamento para arteriosclerose, desenvolvido totalmente no Brasil, segundo Paulo Ivo Bittencourt, da UFRGS (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - Um ser humano em cada três vai morrer de doença coronariana. Se o interesse geral nesse tema é grande, entre os cientistas ele é ainda maior. Não foi surpresa, então, que a sala da sessão sobre síndromes coronárias agudas, realizada durante a Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), em Águas de Lindóia (SP), não tenha conseguido comportar todos os interessados.
As prostaglandinas (conjunto de substâncias hormonais presentes em numerosos tecidos humanos) surgiram como um dos destaques do dia. Isso porque, no Laboratório de Fisiologia Celular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), uma grande novidade em termos de tratamento e prevenção da arteriosclerose está em curso.
"Precisamos de mais cinco anos e uns R$ 5 milhões para colocarmos o LipoCardium no mercado", disse Paulo Ivo Bittencourt Jr., pesquisador paulista radicado há mais de uma década em Porto Alegre, à Agência FAPESP.
Pega-se uma prostaglandina sintética, isola-se essa molécula dentro de um lipossoma (vesícula esférica que se forma espontaneamente no corpo humano) e poderá ser possível vencer algumas batalhas dentro da guerra contra as doenças cardíacas com o novo composto.
"A vantagem desse processo é que conseguimos fazer com que a droga chegue direto ao ponto. Apenas as chamadas células espumosas do endotélio é que são atingidas", explica Bittencourt Jr.. O fisiologista da UFRGS já tem a patente dessa possível droga.
Do ponto de vista bioquímico, o LipoCardium, que por enquanto está sendo testado apenas em animais de laboratórios, consegue baixar a quantidade total de colesterol presente nas células que colaboram para o fechamento do vaso sangüíneo. Isso é feito por uma série de vias distintas. Os testes feitos até agora mostram que o colesterol livre pode cair em até 26%.
"Trata-se de um antiiinflamatório específico para o tecido endotelial lesado. Ele também demonstrou ter um efeito tóxico baixo, por ser feito de substâncias já conhecidas pelo corpo humano", disse Bittencourt Jr. Segundo o pesquisador, qualquer indústria farmacêutica que queira desenvolver comercialmente um produto baseado na sua descoberta não gastará mais do que R$ 10 milhões. Em três anos, se o laboratório conseguir os recursos necessários, a expectativa é que os testes humanos tenham início.
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