Direito ao contraditório
18 de julho de 2005

Abertura da 57ª SBPC no domingo (17/7), em Fortaleza, segue a tradição da reunião científica. Muitas vozes foram ouvidas tanto no palco, como a prefeita Luizianne Lins, quanto na platéia, com estudantes pedindo pela melhoria do ensino

Direito ao contraditório

Abertura da 57ª SBPC no domingo (17/7), em Fortaleza, segue a tradição da reunião científica. Muitas vozes foram ouvidas tanto no palco, como a prefeita Luizianne Lins, quanto na platéia, com estudantes pedindo pela melhoria do ensino

18 de julho de 2005

 

Por Eduardo Geraque, de Fortaleza

Agência FAPESP - O lotado Theatro José de Alencar, no centro de Fortaleza, assistiu na noite de domingo (17/7) uma tradicional abertura da reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). As vozes, em alguns momentos ao mesmo tempo, proclamaram o contraditório. Grupos de estudantes gritaram palavras de ordem e fizeram jograis, enquanto autoridades defendiam seus pontos de vista no microfone.

A platéia pediu educação pública de qualidade, mais verbas para a educação de forma geral e assim por diante. No palco, entre os representantes do governo que estiveram presentes na cerimônia de abertura – e dessa vez nenhum ministro compareceu –, ninguém ousou discordar das vozes.

O presidente da SBPC, Enio Candotti, também não se esquivou aos assuntos políticos. "Vamos dar total apoio ao novo ministro (Sérgio Rezende). Para nós se trata de uma continuação do exercício anterior. Agora, inclusive, podemos dizer que teremos um ministro no Congresso Nacional também", disse o professor à Agência FAPESP, em alusão a Eduardo Campos, ex-titular da pasta de C&T, que voltará para o Legislativo.

Diálogos simultâneos a parte, homenagens também estiveram presentes no palco do histórico José de Alencar. Desde alunos do ensino médio, finalistas do Prêmio Jovem Cientista, até pesquisadores e jornalistas estiveram no centro das atenções. A socióloga Aparecida de Moraes Silva recebeu o prêmio Érico Vanucci, e o jornalista Marcelo Leite o prêmio José Reis. Mas a homenagem das homenagens foi para a psicóloga Carolina Bori, ex-dirigente da SBPC, que morreu este ano em São Paulo. Um grande painel no fundo do palco marcou a presença da pesquisadora durante toda a solenidade de abertura.

Ousadia. Reverência. Criatividade. Revolução. Essas foram as palavras de ordem anunciadas pela prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins. Segundo ela, com tudo isso, a ciência, e os cientistas, poderão ajudar a resolver alguns problemas típicos do Brasil. "Assim teremos soluções para a questão da educação e da saúde. Poderemos dar paz ao povo brasileiro, lembrou a política, única mulher presente na mesa de abertura entre 16 pessoas.

A pluralidade presente na noite de domingo deve continuar marcando todos os cinco dias do evento. Além das programação científica sênior, vários outros eventos estão programados não apenas para a cidade de Fortaleza. Uma espécie de SBPC paralela vai ocorrer, por exemplo, na cidade de Sobral.

"Essa popularização é benéfica. Esse ano fizemos várias reuniões voltadas para o ensino médio. Temos cuidar desses alunos e também dos de iniciação científica: eles são fundamentais para o nosso futuro", disse Candotti.


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