Segundo estudo, as marcas encontradas foram feitas por dinossauros enquanto se deslocavam pela água (foto: Geology)
Cientistas encontram na Espanha o que classificam como evidência definitiva de que dinossauros não apenas dominaram a superfície do planeta como também se descolaram por ambientes aquáticos
Cientistas encontram na Espanha o que classificam como evidência definitiva de que dinossauros não apenas dominaram a superfície do planeta como também se descolaram por ambientes aquáticos
Segundo estudo, as marcas encontradas foram feitas por dinossauros enquanto se deslocavam pela água (foto: Geology)
Há décadas, cientistas tentam encontrar provas de que os dinossauros nadavam, mas sem sucesso. Agora, um estudo divulgado nesta quinta-feira (24/5) pela Sociedade Geológica dos Estados Unidos, traz o que está sendo chamado de evidência definitiva de que alguns dinossauros se davam bem também em ambientes aquáticos.
A maioria das evidências anteriores de dinossauros nadadores acabou se confirmando ou como marcas deixadas não pelos gigantescos vertebrados ou como sinais feitos em terra, em locais que posteriormente acabaram submersos.
O grupo de pesquisadores europeus, coordenado pelo espanhol Rubén Ezquerra, da Fundación Patrimonio Paleontológico de La Rioja, descobriu 12 marcas em uma trilha submersa com 15 metros de comprimento. Os sinais foram encontrados na bacia de Cameros, na Espanha, região conhecida pela abundância de trilhas fossilizadas de dinossauros a partir do Cretáceo inicial, há cerca de 125 milhões de anos.
As trilhas descobertas consistem em seis pares assimétricos com duas ou três marcas cada um. Muito bem preservadas, as marcas medem cerca de 50 centímetros de comprimento por 15 centímetros de largura. De acordo com os pesquisadores, o espaçamento entre elas sugere que o animal responsável por deixar os sinais se deslocava com movimentos que mediam entre 2,43 e 2,71 metros cada um.
Os cientistas apontam que as marcas, em forma de S, sugere um animal de grande porte que boiava e mexia no sedimento em local com cerca de 3,2 metros de profundidade. Os sinais também indicam que o dinossauro teria nadado contra a corrente, esforçando-se para se deslocar em linha reta.
"Esse dinossauro nadava com movimentos alternados de seus membros e com um movimento pélvico peculiar. Tratava-se de um estilo de nadar parecido com um andar amplificado, com movimentos semelhantes aos usados pelos bípedes modernos, como pássaros aquáticos", disse Loic Costeur, da Universidade de Nantes, na França, outro autor do estudo.
Os resultados da pesquisa serão publicados na edição de junho da Geology, revista oficial da Sociedade Geológica dos Estados Unidos.
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