Para Evando Mirra, "a tecnologia desenvolvida por uma sociedade é parte integrante de sua cultura"
(foto: E. Geraque)

Dimensão cultural
22 de novembro de 2005

Quando o assunto é ciência, tecnologia e inovação, é preciso levar em conta também os processos econômicos e sociais, defende Evando Mirra, do CGEE

Dimensão cultural

Quando o assunto é ciência, tecnologia e inovação, é preciso levar em conta também os processos econômicos e sociais, defende Evando Mirra, do CGEE

22 de novembro de 2005

Para Evando Mirra, "a tecnologia desenvolvida por uma sociedade é parte integrante de sua cultura"
(foto: E. Geraque)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Quando o assunto é tecnologia e inovação, não é apenas o aspecto científico que deve ser considerado. É preciso levar em conta também os processos econômicos e sociais.

"A tecnologia desenvolvida por uma sociedade é parte integrante de sua cultura", disse Evando Mirra, que está deixando a presidência do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), à Agência FAPESP. "Enquanto a tecnologia faz parte da ordem do jogo, a inovação, com seus componentes técnicos e sociais, está relacionada com a mudança da regra desse jogo."

Um exemplo apresentado por Mirra é o da lâmpada elétrica, demonstrada pela primeira vez por Thomas Edison, em 1879. "A iluminação antes era baseada na queima, e a lâmpada elétrica, fruto de um trabalho cooperativo entre indústria, cientistas e universidades, surgiu com base em um processo totalmente diferente. Não havia mais a queima", lembra o também professor emérito da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.

Na semana passada, em Brasília, na 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, Mirra apresentou o que chamou de "janelas de oportunidades para a inovação". Essas aparecem como um fato social e não apenas científico, em áreas como tecnologia da informação, biotecnologia, nanotecnologia, genômica, robótica, materiais avançados e energias alternativas. "Há, no Brasil, uma capacidade de inovação grande, mas ainda está muito pouco explorada", diz.

Além de incorporar a dimensão cultural, social e econômica da tecnologia, Mirra defende uma mudança de governança nessas diferentes esferas, para que a capacidade instalada no Brasil possa ser mais bem aproveitada. "Claro que, nesse caso, quando os diversos atores participam surge a dimensão da divergência. Mas isso não é obstáculo, é parte da solução. Nesse ponto é que temos que aprender bem mais", afirma.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.