Difusão do conhecimento

Especialistas discutem estratégias para a divulgação da ciência adaptada à realidade da sociedade do conhecimento. Seminário inclui lançamento do livro Cultura Científica: Desafios, de autores brasileiros e franceses

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP - Quais são as estratégias indicadas para fazer uma divulgação científica adaptada à realidade da chamada sociedade do conhecimento? Essa é a questão de fundo do seminário "Estratégias para a divulgação científica na sociedade do conhecimento", que será realizado nos dias 19 e 20 de outubro, na Universidade de São Paulo (USP).

Promovido pelo Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica (CenDoTec) e pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, o evento reunirá especialistas para apresentar iniciativas de divulgação em televisão, rádio, na imprensa escrita e em campanhas educativas. Durante o seminário será lançado o livro Cultura científica: Desafios (Edusp/FAPESP), com contribuições de pesquisadores franceses e brasileiros.

"A idéia é discutir o papel da divulgação científica em uma sociedade que se constituiu com a globalização, na qual o processo econômico se fundamenta cada vez mais em uma agregação de valor ao conhecimento, portanto na inovação e no desenvolvimento tecnológico", disse Carlos Vogt, presidente da FAPESP e do CenDoTec.

Para Vogt, organizador do livro que será lançado, o objetivo final do evento é avaliar a importância do diálogo da ciência com a sociedade. "Diálogo no sentido não apenas da informação, mas daquela formação que pode levar ao desenvolvimento de uma visão crítica da sociedade em relação ao desenvolvimento científico. Visão crítica que significa capacidade de avaliação, de escolha, de decisão, de opinião e de participação efetiva nos destinos do país", disse.

O diretor-geral do CenDoTec, Pierre Fayard, destaca a importância do papel social da divulgação científica. "Na sociedade do conhecimento, o acesso aos conteúdos científicos não é mais um problema em si. Mas ter acesso não significa entender. Por isso, este debate é tão importante. É preciso estabelecer uma estratégia para que o conhecimento chegue de fato às pessoas e seja útil", declarou Fayard.

Para Fayard, o modelo da difusão do conhecimento científico geralmente ignora as peculiaridades do público, o que diminui seu interesse. "O mais importante é ter acesso a um conhecimento útil. Por isso, a melhor maneira de fazer a divulgação científica é levar em conta as perguntas da pessoa comum, criando uma verdadeira comunicação. Não dianta divulgar o que o cientista acha interessante, mas o que é significativo para o receptor", afirmou.

O evento contará com a participação especial de Baudouin Jurdant, da Universidade de Paris 7, com a palestra "Desafios e paradoxos da divulgação científica". Participam também, além de Vogt e Fayard, Isaac Epstein (professor de pós-graduação em Comunicação Social da Universidade Metodista de São Paulo), Júlio Abramczyk (médico e jornalista científico), Luisa Massarani (coordenadora do Centro de Estudos do Museu da Vida/Fiocruz), Ernst Hamburger (professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo) e Crodowaldo Pavan (presidente da Associação Brasileira de Divulgação Científica).

Local: Auditório da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP - Av. Orlando Marques de Paiva, 87 - Cidade Universitária - São Paulo

Mais informações: www.fumvet.com.br