Equipamento de baixo custo desenvolvido na Escola Politécnica da USP oferece em minutos diagnóstico do estado de metais usados por indústrias como a automobilística
Equipamento de baixo custo desenvolvido na Escola Politécnica da USP oferece em minutos diagnóstico do estado de metais usados por indústrias como a automobilística
Agência FAPESP - Suponha que uma indústria automobilística queira saber a qualidade de determinada chapa de aço. Para isso, será preciso retirar três amostras de partes distintas do material e enviar tudo para um ensaio de tração. Esse teste, que informará a resistência da chapa, além de outras desvantagens, costuma ser demorado.
Na tentativa de criar um processo mais simples de análise, que dispense ter que retirar parte da amostra, pesquisadores do Laboratório de Dinâmica de Instrumentação (Ladin) da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um instrumento inédito no mercado brasileiro para a avaliação qualitativa das peças de aço utilizadas em equipamentos industriais.
O BarkTech, nome dado à invenção, é formado por uma central eletrônica conectada a uma sonda magnética. O campo gerado pelo aparelho portátil estimula o material sob análise. O ruído emitido pelo aço é captado pelo computador e processado em poucos minutos.
"É um processo não destrutivo. A avaliação é feita de maneira semelhante à de um exame de ressonância magnética. Não precisa cortar nada", explica Linilson Padovese, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Poli e responsável pelo projeto, à Agência FAPESP.
Segundo Padovese, o aparelho pode analisar uma grande variedade de propriedades do material, tais como variações na dureza, alteração microestrutural, avaliação de degradação térmica e análise de textura. A informação pode ser dada de maneira simples, do tipo sim ou não, ou ainda a partir de uma escala numérica.
"Nossa intenção é transferir essa tecnologia para a indústria a partir do protótipo modelo que desenvolvemos. A grande vantagem é que o aparelho é simples de ser usado e seu custo de produção é relativamente baixo, além de ser um equipamento inédito no país para esse tipo de aplicação", disse o pesquisador.
As pesquisas levaram seis anos para serem finalizadas e contaram com apoio da FAPESP, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
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