Diagnóstico histórico
06 de março de 2006

Após encontrar a mesma alteração genética em 90 descendentes de Abraham Lincoln, cientistas reúnem mais evidências para provar que o político sofria de uma desordem de movimento

Diagnóstico histórico

Após encontrar a mesma alteração genética em 90 descendentes de Abraham Lincoln, cientistas reúnem mais evidências para provar que o político sofria de uma desordem de movimento

06 de março de 2006

 

Agência FAPESP - O presidente norte-americano Abraham Lincoln (1809-1865) pode ter sofrido de uma doença que destrói células nervosas do cerebelo. A principal conseqüên cia desse mal é a perda do controle de parte dos movimentos.

Para chegar a essa conclusão, um grupo liderado por Laura Ranum, da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, examinou o material genético de 299 descendentes do político. Entre essas pessoas, com idades de 7 a 80 anos no momento do exame, 90 tinham a mesma mutação. O estudo foi publicado pela revista Nature Genetics.

Indivíduos com esse tipo de alteração genética, conhecida como ataxia espinocerebelar (SCA do tipo 5, no caso estudado), costumam ser altos e magros e ter dedos longos e finos, como de pianistas. O 16º presidente norte-americano tinha essas características.

De acordo com os pesquisadores, os resultados encontrados oferecem fortes evidências de que Lincoln tinha um problema de ordem motora. Para outro participante do estudo, Jeffrey Rothstein, da Universidade Johns Hopkins, perseguir essa informação sobre a possível doença do ex-presidente é importante tanto para a medicina como para a história.

A mutação genética específica encontrada nos 90 descendentes de Lincoln causa principalmente perda nos movimentos finos. Além disso, os portadores desse distúrbio genético, que é herdado dos pais, têm pouco controle, principalmente sobre músculos dos braços e das pernas.

O artigo Spectrin mutations cause spinocerebellar ataxia type 5 pode ser lido por assinantes no site da Nature Genetics, em www.nature.com/ng


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.