Pesquisadores brasileiros estudam um método mais acessível para a deteção do autismo em crianças e adolescentes
Neuropediatra da Fiocruz estuda o uso do eletroencefalograma, mais barato e acessível do que a tomografia computadorizada, para a detecção do autismo em crianças e adolescentes
Neuropediatra da Fiocruz estuda o uso do eletroencefalograma, mais barato e acessível do que a tomografia computadorizada, para a detecção do autismo em crianças e adolescentes
Pesquisadores brasileiros estudam um método mais acessível para a deteção do autismo em crianças e adolescentes
Agência FAPESP - Caracterizado essencialmente por distúrbios de comportamento e sem apresentar sintomas físicos, o autismo, um dos diversos tipos do Transtorno Invasivo de Desenvolvimento (TID), é difícil de diagnosticar. Os primeiros indícios do problema aparecem logo na infância, mas são facilmente confundidos com traços de personalidade.
Quando as limitações na comunicação e interação social ficam evidentes, os pais de uma criança portadora de autismo se apóiam no histórico de seu desenvolvimento ou recorrem a procedimentos caros, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, para obter um diagnóstico mais preciso.
No Rio de Janeiro, uma pesquisa feita com crianças e adolescentes atendidos pelo Instituto Fernandes Figueira (IFF), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou o potencial do eletroencefalograma como alternativa igualmente eficiente, porém mais barata, à detecção do transtorno.
"A incidência geral de autismo é de um indivíduo em mil. É uma questão de saúde pública que não pode depender de métodos financeiramente inacessíveis ou onerosos para o sistema de saúde e para a população", disse o neuropediatra Adailton Pontes à Agência FAPESP. Enquanto um eletroencefalograma custa em torno de R$ 60,00, a tomografia computadorizada ficaria em média em R$ 600,00.
Autor do trabalho que resultou em dissertação de mestrado, Pontes comparou resultados de eletroencefalogramas feitos em 13 meninos (de 6 a 14 anos) portadores de autismo – sem traços de retardo mental ou comprometimento acentuado da linguagem – com o de outros 16 meninos, na mesma faixa etária, que não apresentavam o transtorno. A pesquisa foi orientada pelo neurofisiologista Vladimir Lazarev, do IFF.
Em repouso, os pacientes não apresentaram diferenças no funcionamento cerebral. Com fotoestimulação em diversas freqüências, o pesquisador constatou que a ativação do hemisfério direito nos portadores de autismo – onde predominam as respostas ligadas à emoção e interação social – é menor do que nos indivíduos sem o problema.
Agora no doutorado, Pontes pretende ampliar a amostra, trabalhando com 30 portadores de autismo sem retardo mental e 30 com o déficit, de ambos os sexos, entre 6 e 16 anos. Os exames traçarão o perfil de outras áreas cerebrais, na tentativa de definir o que é próprio do autismo.
Não existe cura para o autismo. O IFF faz diagnóstico e acompanhamento médico das alterações de comportamento de cerca de 250 pacientes especiais portadores do problema.
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