Custos das doenças coronarianas no Brasil são mais altos que nos países desenvolvidos

Despesas do coração
02 de agosto de 2005

Estudo de pesquisadores da UFRGS calcula o gasto médio anual de um paciente com cardiopatia crônica no sistema de saúde brasileiro. Feitas as conversões da OMS, valor do SUS é equivalente ao dos EUA

Despesas do coração

Estudo de pesquisadores da UFRGS calcula o gasto médio anual de um paciente com cardiopatia crônica no sistema de saúde brasileiro. Feitas as conversões da OMS, valor do SUS é equivalente ao dos EUA

02 de agosto de 2005

Custos das doenças coronarianas no Brasil são mais altos que nos países desenvolvidos

 

Agência FAPESP - O custo do manejo anual da doença arterial coronariana no Brasil é bastante elevado se comparado com o de outros países. Estudo publicado na edição de julho da revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia mostra que os males crônicos do coração, por paciente e por ano, chegam a custar tanto quanto nos Estados Unidos, por exemplo.

Segundo o artigo, assinado por Rodrigo Ribeiro, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e colaboradores, os dois principais determinantes do alto custo são as internações com instabilização da doença e o manejo farmacológico crônico. Os custos médios anuais, por paciente acompanhado durante a pesquisa, são de R$ 2.773,00 para o Sistema Único de Saúde (SUS) e de R$ 6.788,00 para o sistema privado.

Nos Estados Unidos, conforme dados também apresentados na pesquisa, o valor anual gasto com a doença arterial coronariana, por paciente, é de US$ 3 mil. Feito os ajustes para as diferenças monetárias e de poder aquisitivo, como prevê a Organização Mundial de Saúde, os custos norte-americanos se equivalem aos do SUS.

"De modo surpreendente, lá os valores são inferiores aos pagos pelo setor privado no Brasil", escrevem os pesquisadores. Comparações feitas com o Reino Unido, outro país desenvolvido, também mostraram que no Brasil o custo é maior, por exemplo, para tratamento farmacológico de casos com angina ou pós-evento agudo.

Nos cálculos feitos a partir do acompanhamento médico de 147 pacientes, que em média mereceram atenção dos serviços de saúde durante dois anos, os gastos com medicamentos (em média R$ 1.154,00) representaram, para o SUS e Setor Privado, respectivamente 41% e 17% dos custos totais. Apenas em termos ambulatoriais, as taxas sobem para 80% e 55%.

Segundo os pesquisadores, o reconhecimento dessas diferenças internacionais e do alto custo que os problemas cardíacos têm no Brasil reforçam a necessidade de que medidas mais efetivas para a correção dessas distorções sejam tomadas. Entre as soluções, explicam os autores da pesquisa, formas efetivas de subsídio devem ser pensadas e, também, maneiras para se reduzir o preço dos fármacos.

Para ler o artigo Custo anual do manejo da cardiopatia isquêmica crônica no Brasil. Perspectiva pública e privada, na biblioteca on-line SciELO, clique aqui.


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