Desigualdade ampliada
16 de maio de 2005

Distância que separa os países mais ricos dos mais pobres tem aumentado também em relação à produção científica em saúde. A afirmação é de um estudo feito por pesquisadores da OMS. Brasil é citado como bom exemplo

Desigualdade ampliada

Distância que separa os países mais ricos dos mais pobres tem aumentado também em relação à produção científica em saúde. A afirmação é de um estudo feito por pesquisadores da OMS. Brasil é citado como bom exemplo

16 de maio de 2005

 

Agência FAPESP - A distância que separa os países mais ricos dos mais pobres tem aumentado também em relação à produção científica. A afirmação é de um estudo feito por pesquisadores da Organização Mundial de Saúde (OMS) e publicado na revista Science.

Os autores avaliaram a produção na área de saúde e descobriram que, entre 1992 e 2001, um total superior a 90% dos artigos publicados saiu de apenas 20 países. Mais de um terço de toda a produção veio dos Estados Unidos. Responderam juntos pelo outro terço Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Canadá e Itália, e o restante teve como origem 183 nações.

Os 63 países mais pobres concentraram apenas 2% de todos os artigos publicados e indexados no banco de dados Thomson Scientific. Mais grave é que, na década analisada, a participação desses países caiu 10%. A contribuição da Índia nesse grupo aumentou de 66%, em 1992, para 73%, em 2001. Isso significa que a produção das demais 62 nações caiu para apenas 27% do total.

A boa notícia ficou com os países considerados no estudo como de renda média-baixa, que aumentaram a contribuição científica na área de saúde em 20% no período. Segundo os autores, o crescimento deve-se especialmente ao maior número de textos indexados de autores do Brasil, da China e da Turquia, que compensaram a queda de produtividade da Rússia, no período.

Segundo os pesquisadores da OMS, a renda não é o único fator determinante para o tamanho da produção científica de um país. O grande aumento verificado na China seria, por exemplo, um indicador de que políticas nacionais podem modificar o cenário esperado. Os autores recomendam medidas globais que reforcem o aumento da produção nas regiões menos favorecidas.

Os responsáveis pelo estudo, Guillermo Paraje, Ritu Sadana e Ghassan Karam, trabalharam com uma amostra com mais de 3,4 milhões de textos publicados em cerca de 4 mil periódicos.

O artigo Increasing International Gaps in Health-Related Publications pode ser lido no site da revista Science, em www.science.com


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.