Desertificação mediterrânea
29 de novembro de 2004

Dados dos satélites da Agência Espacial Européia, que monitoram a costa norte do mar Mediterrâneo, revelam que 300 mil quilômetros quadrados do território europeu – onde vivem 16,5 milhões de pessoas – estão ameaçados de virar deserto

Desertificação mediterrânea

Dados dos satélites da Agência Espacial Européia, que monitoram a costa norte do mar Mediterrâneo, revelam que 300 mil quilômetros quadrados do território europeu – onde vivem 16,5 milhões de pessoas – estão ameaçados de virar deserto

29 de novembro de 2004

 

Agência FAPESP - A queima das florestas mediterrâneas é constante, ano após ano. Estimativas dos cientistas mostram que 700 mil hectares são afetados a cada 12 meses pelo fogo. A maioria desses acidentes é causada por negligência ou ações deliberadas.

Por se tratar de um problema grave, a Agência Espacial Européia (ESA, em inglês) resolveu montar um projeto específico para monitorar as conseqüências do fogo. Os primeiros dados gerados por essa iniciativa acabam de sair. A vulnerabilidade da costa norte do mar Mediterrâneo é alta, dizem os pesquisadores.

Em quatro países a situação é mais delicada. Por isso, a própria ESA entrou em contato com os governos de Portugal, Itália, Grécia e Turquia. Todas essas nações, que já eram parceiras do projeto, criaram grupos específicos para a geração de novos dados. A intenção é que todos trabalhem em conjunto com os cientistas da ESA.

O risco da desertificação não está apenas na expansão de áreas já secas. O temor é que novos desertos possam surgir no Sul da Europa. Pelos dados da ESA, 300 mil quilômetros quadrados estão em risco. Nessa área vivem 16,5 milhões de pessoas.

Os satélites da ESA vão continuar monitorando o Sul da Europa, mas as mudanças de rumo apenas serão possíveis com medidas feitas em terra. Como a desertificação não é um problema novo em algumas regiões, alguns agricultores turcos, por exemplo, já sabem que a melhor saída é manejar a terra da forma mais apropriada possível.


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