Gil demonstrou a necessidade de maiores investimentos no que chamou de 'indústrias criativas' (foto:T.Romero)
Autoridades defendem no Fórum Cultural Mundial o financiamento das atividades culturais como ação prioritária dos governos, além de alianças entre países em desenvolvimento para gerar inovação sistemática de bens e serviços gerados pelas indústrias criativas
Autoridades defendem no Fórum Cultural Mundial o financiamento das atividades culturais como ação prioritária dos governos, além de alianças entre países em desenvolvimento para gerar inovação sistemática de bens e serviços gerados pelas indústrias criativas
Gil demonstrou a necessidade de maiores investimentos no que chamou de 'indústrias criativas' (foto:T.Romero)
Agência FAPESP - "Cultura e desenvolvimento são conceitos e processos necessariamente interligados. Sendo assim, não podemos conceber desenvolvimento que não seja cultural e compartilhado". A afirmação do músico e ministro da Cultura Gilberto Gil abriu a primeira convenção global do Fórum Cultural Mundial, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (30/6), no Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo.
A conferência de abertura, com o tema "Cultura e desenvolvimento social: partilhando responsabilidades", procurou destacar o papel das manifestações culturais no desenvolvimento da economia e das políticas nacionais e internacionais para promover o crescimento dos investimentos no setor.
"O financiamento das atividades culturais deve ser uma das ações prioritárias dos governos e um dos grandes compromissos do setor público", defendeu a ministra da Cultura da Espanha, Carmem Calvo Poyato. "Considerando que a cultura gera emprego, o financiamento direto em manifestações artísticas é um elemento essencial no desenvolvimento intelectual dos povos, embora às vezes cultura e economia pareçam falar línguas diferentes."
A ministra espanhola afirmou também que um dos grandes problemas atuais é o fato de a diversidade cultural existente entre os países muitas vezes se caracterizar como um obstáculo nas negociações internacionais. Segundo ela, tais manifestações culturais, pelo contrário, deveriam ser parte substancial e determinante desses acordos, "para que a exclusão social pudesse ser eliminada com a promoção da inclusão cultura".
Para Gil, o comércio mundial e os mercados deveriam respeitar os direitos culturais dos indivíduos, contribuindo para a diversidade e não para a padronização. O ministro demonstrou a necessidade de maiores investimentos no que chamou de "indústrias criativas", que incluem a música, cinema, design, publicações, web, software, fotografia e outros.
"É cada vez mais evidente a presença de países em desenvolvimento que se lançam corajosamente na construção de condições favoráveis ao crescimento de suas indústrias criativas", disse. Por conta disso, Gil defendeu a integração da cultura no processo produtivo para resultar em inovação sistemática dos bens e serviços gerados.
"O momento é extremamente favorável para as alianças, co-produções e programas de cooperação entre os países em desenvolvimento. Devemos compartilhar experiências, mercados, criatividade e equilíbrio entre os homens", disse o ministro.
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