Doenças entre os vários grupos de animais e plantas marinhas cresceram nos últimos 30 anos, mostra nova pesquisa (foto: PLoS Biology)

Descompasso nos oceanos
14 de abril de 2004

Doenças entre os vários grupos de animais e plantas marinhas cresceram nos últimos 30 anos. Apesar disso, conforme mostra uma nova pesquisa realizada nos EUA, as publicações científicas da área nem sempre acompanharam esse aumento

Descompasso nos oceanos

Doenças entre os vários grupos de animais e plantas marinhas cresceram nos últimos 30 anos. Apesar disso, conforme mostra uma nova pesquisa realizada nos EUA, as publicações científicas da área nem sempre acompanharam esse aumento

14 de abril de 2004

Doenças entre os vários grupos de animais e plantas marinhas cresceram nos últimos 30 anos, mostra nova pesquisa (foto: PLoS Biology)

 

Agência FAPESP - Não importa o grupo. Seja vertebrado, invertebrado ou planta, os organismos que vivem nos oceanos têm sofrido mais com doenças nas três últimas décadas. Grande parte das causas desse fenômeno estão nas mudanças globais, na poluição ou ainda na crescente pressão antrópica.

Se essa transformação está ocorrendo sob as águas, até que ponto isso está retratado nas publicações científicas? Para que os novos fenômenos ecológicos pudessem ser bem entendidos, foi preciso começar de alguma base, ou seja, de trabalhos prévios realizados sobre o assunto.

Partindo dessa tese, Jessica Ward, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva da Universidade de Cornell, e Kevin Lafferty, do Instituto de Ciências Marinhas da Universidade da Califórnia, resolveram buscar a presença dessa ligação. Se aumentaram as doenças, aumentaram também os artigos publicados nos últimos anos sobre elas?

Segundo os pesquisadores, cresceram os estudos publicados no caso das tartarugas, corais, mamíferos, equinodermos e moluscos. Em outros grupos marinhos, apesar de as doenças também terem aumentado nos últimos anos, as publicações científicas não acompanharam tal crescimento.

O levantamento, publicado na edição de abril da PLoS Biology, mostra que isso ocorreu no caso dos decápodas, tubarões e raias e de algumas plantas marinhas. Entre esses grupos, os testes estatísticos feitos em publicações indexadas internacionalmente entre 1970 e 2001 não mostraram tendências significativas de crescimento.

"O motivo do crescimento ou não – e até de queda no caso dos peixes – dos trabalhos científicos precisam ser melhor analisados em trabalhos futuros", escreveram os pesquisadores. Para eles, o aumento na produção científica, no caso específico das enfermidades marinhas, pode ajudar a melhorar a situação de desequilíbrio ambiental que se instala cada vez mais nos oceanos.


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