Edição de fevereiro traz ainda dados sobre o ensaio clínico de fase 3 da vacina contra a dengue desenvolvida no Instituto Butantan, que alcançou eficácia de quase 80% (ilustração: Alexandre Affonso/Pesquisa FAPESP)
Edição de fevereiro traz ainda dados sobre o ensaio clínico de fase 3 da vacina contra a dengue desenvolvida no Instituto Butantan, que alcançou eficácia de quase 80%
Edição de fevereiro traz ainda dados sobre o ensaio clínico de fase 3 da vacina contra a dengue desenvolvida no Instituto Butantan, que alcançou eficácia de quase 80%
Edição de fevereiro traz ainda dados sobre o ensaio clínico de fase 3 da vacina contra a dengue desenvolvida no Instituto Butantan, que alcançou eficácia de quase 80% (ilustração: Alexandre Affonso/Pesquisa FAPESP)
Agência FAPESP – Dados recentes do Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação, apontam uma queda expressiva no número de estudantes que conseguem concluir a graduação no país. Em 2020, foram 204.174 formados – um número 18,7% menor que o registrado no ano anterior. O contingente de graduados voltou a subir em 2021, para 219.342, mas ainda se encontra nos níveis de quase uma década atrás.
Os dados do Inep revelam outro evento preocupante. Nos últimos cinco anos, as universidades públicas brasileiras passaram a registrar sucessivas quedas de novos ingressantes. Em 2017, elas receberam pouco mais de 589 mil novos alunos. Em 2021, foram aproximadamente 492 mil. O número de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) também caiu ininterruptamente desde 2016.
A diversas causas por trás desses fenômenos são discutidas em reportagem publicada na edição de fevereiro da revista Pesquisa FAPESP, cuja matéria de capa alerta para a necessidade de a comunidade científica estabelecer prioridades e planos para a pesquisa e a inovação do país diante da perspectiva de que, com a mudança de governo, ocorra recuperação nos investimentos em ciência, tecnologia e inovação nos próximos anos.
A edição apresenta ainda dados preliminares de um ensaio clínico de fase 3 com um composto candidato a vacina contra a dengue desenvolvido pelo Instituto Butantan. Conhecida pelo nome de Butantan-DV, a formulação contém uma versão atenuada do vírus da dengue e apresentou uma eficácia considerada animadora: reduziu em 79,6% o risco de adoecer entre as pessoas que a receberam e foram depois naturalmente infectadas, em comparação com aquelas que haviam tomado um composto inerte (placebo). Os eventos adversos graves foram extremamente raros: houve três casos (ainda não especificados) entre as 10.259 pessoas que receberam o imunizante, o correspondente a 0,03% do total. Os efeitos adversos observados com frequência maior foram bem leves: dor, inchaço e vermelhidão no local da picada e, em casos mais raros, febre e manchas vermelhas pelo corpo que desapareceram em horas. Destinado a avaliar a segurança e a eficácia da Butantan-DV, o estudo divulgado em dezembro de 2022, possivelmente o maior ensaio clínico de uma vacina já feito no país exclusivamente por pesquisadores brasileiros, conta com a participação de 16.235 voluntários com idades entre 2 anos e 59 anos em 13 Estados.
E a sessão dedicada à astronomia aborda um estudo publicado em janeiro na revista Nature. Os autores, entre eles a astrofísica brasileira Cecília Chirenti, da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de Maryland (Estados Unidos), descrevem um padrão de oscilação identificado nos sinais produzidos por duas explosões de raios gama que parece indicar a existência de estrelas de nêutrons com massa pelo menos 20% maior do que a registrada até hoje. O tempo de vida dessas megaestrelas de nêutrons, nunca observadas até agora, seria de centésimos a décimos de segundo. Elas se formariam após a colisão e a fusão de duas estrelas de nêutrons menores. Esse é um dos fenômenos associados à produção de explosões de raios gama de curta duração, que geram sinais com menos de 2 segundos de duração. Durante sua ínfima existência, as estrelas de nêutrons hipermassivas girariam em torno de seu eixo a um ritmo equivalente a 78 mil rotações por minuto, o dobro do observado em qualquer objeto celeste conhecido.
Ainda nesta sessão é relatada a descoberta de um aglomerado com 58 galáxias em uma zona de sombra da Via láctea, a uma distância aproximada da Terra de 2,2 bilhões de anos-luz.
Nas páginas da edição de fevereiro também é possível encontrar, entre outros assuntos, uma reportagem sobre a expedição à serra do Imeri, no norte do Amazonas, feita por pesquisadores do Brasil, da Espanha e da França; dados sobre as mortes causadas pelo novo coronavírus na China nos últimos meses; e resultados de um trabalho de revisão da literatura que apontam declínio na população de sapos, rãs e pererecas em todo o mundo.
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