No futuro, a terapia gênica poderá ser usada em muitas doenças. Isso, segundo William Guggino, da Universidade Johns Hopkins, se vetores mais eficientes forem montados nos laboratórios (foto: E.Geraque)

Desafios genéticos
31 de agosto de 2005

No futuro, a terapia gênica poderá ser usada em muitas doenças. Isso, segundo William Guggino, da Universidade Johns Hopkins, se vetores mais eficientes forem montados nos laboratórios

Desafios genéticos

No futuro, a terapia gênica poderá ser usada em muitas doenças. Isso, segundo William Guggino, da Universidade Johns Hopkins, se vetores mais eficientes forem montados nos laboratórios

31 de agosto de 2005

No futuro, a terapia gênica poderá ser usada em muitas doenças. Isso, segundo William Guggino, da Universidade Johns Hopkins, se vetores mais eficientes forem montados nos laboratórios (foto: E.Geraque)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Desde 1989, os cientistas sabem onde está o defeito genético que provoca a fibrose cística, doença fatal que ataca órgãos como pulmões, pâncreas, fígado e instestino ainda na fase da infância. A sobrevida é de 35 anos, e a probabilidade do surgimento da disfunção é de um em 3 mil nascimentos entre os chamados povos caucasianos.

William Guggino, da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, dedica-se ao desenvolvimento de uma terapia gênica para essa doença há mais de dez anos. A pergunta que ele tenta responder é como fazer para que a alteração encontrada no cromossomo 7 em parte dos seres humanos seja definitivamente corrigida, quando a fibrose cística for detectada.

Apesar de acreditar na terapia dos genes, e ter conseguido muitos avanços nos últimos anos, o pesquisador norte-americano sabe que existem muitos desafios pela frente. "O principal deles, sem dúvida, é o desenvolvimento de vetores mais eficientes, que possam levar o gene sem defeito para o interior das células", disse Guggino à Agência FAPESP.

O obstáculo da toxicidade da terapia gênica parece ter sido ultrapassado. Os dados apresentados pelo pesquisador em uma conferência realizada durante a Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), encerrada no último sábado (27/8), atestam que o quesito segurança do procedimento já foi obtido.

Um método que utiliza um adenovírus para introduzir uma cópia do gene normal, sem a mutação que causa a fibrose cística, foi testado inclusive em humanos, pela equipe de Guggino. "O experimento, realizado em mais de 200 pacientes, mostrou que a toxicidade é inexistente."

Segundo o pesquisador, se a atenção com a segurança continuar sendo tomada, bastará o desenvolvimento de vetores mais eficientes para que novas oportunidades no campo da terapia gênica sejam abertas. "E isso vale para a fibrose cística, para baixar o colesterol e para a cura de várias alergias, por exemplo", assegura Guggino.


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