Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, na Áustria, mostra que derrames cerebrais matam mais mulheres do que homens, apesar de os médicos, da mesma forma que os leigos, acreditarem no contrário
Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, na Áustria, mostra que derrames cerebrais matam mais mulheres do que homens, apesar de os médicos, da mesma forma que os leigos, acreditarem no contrário
Mas, de acordo com os dados reunidos pela Global Reality of Attitudes on Stroke Prevention and Hypertension (Grasp), uma entidade ligada à Federação Mundial do Coração, o senso comum está equivocado. Segundo o estudo mostrado na Áustria, o derrame é responsável por 11% das mortes femininas, contra 8% das masculinas. Em números absolutos, a doença, também conhecida como acidente vascular cerebral (ou encefálico), mata anualmente cerca de 2,9 milhões de mulheres contra 2,5 milhões de homens.
Os resultados da pesquisa, que envolveu médicos de 11 países, devem ser usados para procurar melhorar a percepção da classe médica e dos pacientes sobre o problema. Saber o peso real que têm os problemas cerebrais e cardíacos é fundamental para que as doenças possam ser tratadas da melhor forma possível, acreditam os coordenadores do estudo.
Segundo os pesquisadores, o grande fator de risco para a ocorrência de derrames é a hipertensão. Cigarro, diabetes, obesidade e sedentarismo também devem ser monitorados. Em se tratando apenas da hipertensão, ela é mais grave para o surgimento de derrames cerebrais do que para ataques do coração. Como a maioria das pessoas acredita no contrário, esta é outra percepção errônea que a Grasp quer mudar com campanhas de esclarecimento.
A relação entre hipertensão e derrames, segundo a entidade européia, está mais sedimentada entre os médicos. Dos entrevistados na pesquisa, 70% disseram que a maioria dos derrames poderiam ser evitados se houvesse um controle prévio da pressão arterial. Além disso, 87% também disseram que é fundamental aprofundar os estudos e os conhecimentos sobre a hipertensão e suas conseqüências.
Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde emitiu um comunicado pedindo que as mulheres passassem a cuidar melhor de seus corações. Segundo a OMS, o derrame e o infarto matam duas vezes mais mulheres do que todos os tipos de câncer juntos.
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