Derrame ataca mais mulheres
30 de setembro de 2003

Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, na Áustria, mostra que derrames cerebrais matam mais mulheres do que homens, apesar de os médicos, da mesma forma que os leigos, acreditarem no contrário

Derrame ataca mais mulheres

Estudo apresentado no Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, na Áustria, mostra que derrames cerebrais matam mais mulheres do que homens, apesar de os médicos, da mesma forma que os leigos, acreditarem no contrário

30 de setembro de 2003

 

Agência FAPESP - Segundo uma pesquisa apresentada no Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia, que ocorreu em agosto em Viena, na Áustria, os médicos têm a mesma percepção sobre o derrame cerebral do que os leigos. Entre 825 médicos entrevistados, 60% disseram que os homens são mais propensos a sofrer com os derrames que as mulheres.

Mas, de acordo com os dados reunidos pela Global Reality of Attitudes on Stroke Prevention and Hypertension (Grasp), uma entidade ligada à Federação Mundial do Coração, o senso comum está equivocado. Segundo o estudo mostrado na Áustria, o derrame é responsável por 11% das mortes femininas, contra 8% das masculinas. Em números absolutos, a doença, também conhecida como acidente vascular cerebral (ou encefálico), mata anualmente cerca de 2,9 milhões de mulheres contra 2,5 milhões de homens.

Os resultados da pesquisa, que envolveu médicos de 11 países, devem ser usados para procurar melhorar a percepção da classe médica e dos pacientes sobre o problema. Saber o peso real que têm os problemas cerebrais e cardíacos é fundamental para que as doenças possam ser tratadas da melhor forma possível, acreditam os coordenadores do estudo.

Segundo os pesquisadores, o grande fator de risco para a ocorrência de derrames é a hipertensão. Cigarro, diabetes, obesidade e sedentarismo também devem ser monitorados. Em se tratando apenas da hipertensão, ela é mais grave para o surgimento de derrames cerebrais do que para ataques do coração. Como a maioria das pessoas acredita no contrário, esta é outra percepção errônea que a Grasp quer mudar com campanhas de esclarecimento.

A relação entre hipertensão e derrames, segundo a entidade européia, está mais sedimentada entre os médicos. Dos entrevistados na pesquisa, 70% disseram que a maioria dos derrames poderiam ser evitados se houvesse um controle prévio da pressão arterial. Além disso, 87% também disseram que é fundamental aprofundar os estudos e os conhecimentos sobre a hipertensão e suas conseqüências.

Na semana passada, a Organização Mundial de Saúde emitiu um comunicado pedindo que as mulheres passassem a cuidar melhor de seus corações. Segundo a OMS, o derrame e o infarto matam duas vezes mais mulheres do que todos os tipos de câncer juntos.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.