Os dinossauros carnívoros deveriam ter dois metros de comprimento
(ilustração:Jorge Blanco)
Pesquisadores argentinos relatam à Agência FAPESP a descoberta das primeiras evidências consistentes de que os vorazes dinossauros carnívoros habitaram as terras austrais durante o período Cretáceo
Pesquisadores argentinos relatam à Agência FAPESP a descoberta das primeiras evidências consistentes de que os vorazes dinossauros carnívoros habitaram as terras austrais durante o período Cretáceo
Os dinossauros carnívoros deveriam ter dois metros de comprimento
(ilustração:Jorge Blanco)
Agência FAPESP - Exemplares classificados como sendo deinonicossauros, um dos grupos dos vorazes dinossauros carnívoros, também viveram em terras austrais durante o período Cretáceo.
A descoberta, relatada por uma dupla de pesquisadores argentinos na edição desta quinta-feira (24/2) da revista Nature, é a primeira evidência científica considerada consistente de que esses vertebrados também habitaram o continente conhecido como Gonduana.
Até hoje, achava-se que a presença desse grupo estivesse restrito à Laurásia, continente que abrigava as terras que hoje estão no hemisfério norte da Terra. As investigações realizadas na província de Neúquen, na Patagônia argentina, acabam de redesenhar o mapa de ocorrência desses dinossauros, que na escala filogenética fazem parte dos terápodes mais próximos às aves.
"Os deinonicossauros tinham uma grande garra, curvada e transversalmente comprimida no segundo dedo da pata. É a primeira vez que contamos com evidências firmes e inequívocas [os pesquisadores encontraram uma pata praticamente inteira na Serra del Portezuelo] de que esses dinossauros estiveram presentes em terras austrais", explicou Fernando Novas, pesquisador do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas e um dos autores do artigo da Nature, à Agência FAPESP.
O segundo dedo existente nesses dinossauros carnívoros – o Velociraptor, que assustou os telespectadores do filme Jurassic Park também faz parte desse mesmo grupo – é extremamente especializado. A seleção natural o desenvolveu para ser uma importante arma de ataque, que também serve para dilacerar as presas. O exemplar estudado deveria ter aproximadamente 2 metros de comprimento.
O novo gênero encontrado na Argentina recebeu o nome de Neuquenraptor argentinus, em homenagem ao local em que os fósseis foram localizados e também ao país de origem do vertebrado. A palavra "raptor" significa ladrão em grego.
Com a descoberta do novo deinonicossauro, os pesquisadores acreditam que esse grupo tenha habitado todo o planeta desde o início do Cretáceo, há 135 milhões de anos. A grande maioria dos achados paleontológicos feitos até hoje está localizada na América do Norte e na Ásia. Apenas um único gênero do mesmo grupo havia sido descrito para o Gonduana.
O artigo New evidence on deinonychosaurian dinosaurs from the Late Cretaceous of Patagonia, de Fernando E. Novas, do Museu Argentino de Ciências Naturais, e Diego Pol, da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, pode ser lido no site da Nature, em www.nature.com
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