Abul Abbas, da Universidade da Califórnia, defende que a imunidade inata pode ser usada como modelo para o desenvolvimento de novas drogas (foto: W.Castilhos)

Defesa natural
24 de agosto de 2007

Abul Abbas, da Universidade da Califórnia em São Francisco, defende, em congresso no Rio de Janeiro, que a imunidade inata pode ser usada como modelo para o desenvolvimento de novas drogas

Defesa natural

Abul Abbas, da Universidade da Califórnia em São Francisco, defende, em congresso no Rio de Janeiro, que a imunidade inata pode ser usada como modelo para o desenvolvimento de novas drogas

24 de agosto de 2007

Abul Abbas, da Universidade da Califórnia, defende que a imunidade inata pode ser usada como modelo para o desenvolvimento de novas drogas (foto: W.Castilhos)

 

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP – "A imunidade inata pode ser usada como estratégia no desenvolvimento de novas drogas para o tratamento de diversas doenças." A afirmação é do imunologista Abul Abbas, professor da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos.

De acordo com Abbas, a imunidade inata é a primeira reação de defesa do organismo. A proteção mais forte contra os agentes patógenos é dada pelos linfócitos, mas essa reação demora entre quatro e cinco dias para ocorrer.

"Se não fosse a ação de células como os fagócitos, que são as primeiras a reagir contra a entrada de micróbios, não sobreviveríamos", explicou o pesquisador no 13º Congresso Internacional de Imunologia, no Rio de Janeiro.

Segundo o autor do livro Imunologia Básica, um dos mais conhecidos títulos na área, o maior avanço alcançado na imunologia é a capacidade atual de transformar pesquisa básica em tratamento. Por conta disso, ele considera que os cientistas devem ficar abertos a todas as possibilidades em se tratando do desenvolvimento de novos medicamentos.

"Ainda não existem drogas que trabalhem no sentido de melhorar a resposta de fagócitos ou de linfócitos, mas temos de pensar que a indução da resposta inata poderia nos livrar de diversas doenças", disse à Agência FAPESP.

A imunidade inata consiste em mecanismos que existem antes de a infecção ocorrer, capazes de dar rápidas respostas aos micróbios e reagir essencialmente do mesmo modo em relação às infecções repetidas.

As células envolvidas nessa linha inicial de defesa são as primeiras a serem ativadas contra um vírus ou uma bactéria. Quando esses microrganismos se tornam mais agressivos, precisa-se de uma resposta mais forte. É quando os linfócitos são "chamados". "A imunidade adquirida, composta pelos linfócitos, é mais forte, porém mais lenta", disse Abbas.

Segundo o cientista, entre os componentes principais da imunidade inata estão as barreiras físicas e químicas, tais como: epitélios e substâncias antimicrobianas produzidas nas superfícies epiteliais; células fagocíticas e células matadoras naturais (as chamadas natural killers); proteínas do sangue – incluindo as que fazem parte do sistema complemento, produzidas no fígado – e outros mediadores da inflamação; além de proteínas chamadas citocinas, que regulam e coordenam muitas das atividades das células da imunidade inata.

"Se uma droga for desenvolvida levando em conta esse princípio, estimulando essa primeira resposta de defesa, o sistema imunológico poderia estar livre de diversas infecções", afirmou Abbas.


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