Após identificar proteínas específicas em pacientes com leucemia mielóide crônica, equipe de Eliana Abdelhay, no Inca, descobre gene importante na evolução da doença da fase crônica para a aguda

Decifrar a evolução da leucemia
05 de dezembro de 2006

Após identificar proteínas específicas em pacientes com leucemia mielóide crônica, equipe de Eliana Abdelhay, no Inca, descobre gene importante na evolução da doença da fase crônica para a aguda

Decifrar a evolução da leucemia

Após identificar proteínas específicas em pacientes com leucemia mielóide crônica, equipe de Eliana Abdelhay, no Inca, descobre gene importante na evolução da doença da fase crônica para a aguda

05 de dezembro de 2006

Após identificar proteínas específicas em pacientes com leucemia mielóide crônica, equipe de Eliana Abdelhay, no Inca, descobre gene importante na evolução da doença da fase crônica para a aguda

 

Por Washington Castilhos, do Rio de Janeiro

Agência FAPESP - Após ter identificado proteínas específicas em pacientes com leucemia mielóide crônica (LMC) e proteínas somente expressas em doadores sadios, equipe de pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (Inca) descobriu um gene importante no processo de evolução da doença da fase crônica para a fase aguda.

Resultante de uma lesão adquirida (não hereditária) no DNA de uma célula tronco da medula óssea, a LMC se caracteriza, na maioria dos casos, pela presença do cromossomo Philadelphia (Ph), uma anormalidade genética descoberta em 1960 por Peter Nowell, da Universidade da Pensilvânia, e David Hungerford, do Instituto de Pesquisa do Câncer Fox Chase, nos Estados Unidos.

Agora, o grupo da Divisão de Laboratórios do Centro de Estudos de Medula Óssea (Cemo), do Inca, no Rio de Janeiro, vem dando passos significativos no estudo da LMC – responsável por cerca de 15% de todas as leucemias.

Num primeiro momento, o grupo, liderado pela biofísica Eliana Abdelhay, identificou 22 proteínas específicas de pacientes com a doença e outras nove proteínas expressas somente em doadores sadios. O trabalho foi publicado na revista americana Biochimica et Biophysica Acta (BBA – v. 1764).

"Comparamos o perfil protéico de células mononucleares da medula óssea de pacientes com o perfil protéico de doadores e identificamos proteínas que são superexpressas num determinado tipo de célula. Essas proteínas são o que chamamos de biomarcadores, isto é, podem definir um portador da doença ou não", disse Eliana à Agência FAPESP.

Eliana começou a pesquisa há cinco anos, no Departamento de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e hoje trabalha com mais de 100 pacientes no Inca. Segundo ela, a investigação visa a identificar marcadores da fase crônica da leucemia para auxiliar médicos e especialistas para evitar as fases agudas da doença.

"A LMC evolui para a leucemia aguda por meio das crises blásticas. Procuramos descobrir o que faz um paciente entrar nessas crises", explica a biofísica. Normalmente, as células da medula óssea, denominadas blastos, ao amadurecer se transformam em diversos tipos de glóbulos, os quais possuem funções específicas no corpo. A leucemia mielóide crônica afeta os blastos que estão se transformando em glóbulos brancos do tipo granulócitos. Esses blastos não amadurecem e se multiplicam, migrando para o sangue.

Os pesquisadores do Cemo acabam de descobrir mais um marcador importante no processo de evolução da doença da fase crônica para a fase aguda – o gene SUZ12, o qual tem um papel preponderante, pois regula uma série de outros genes. Os resultados da fase atual da pesquisa ainda serão publicados.

"O objetivo de nosso trabalho é analisar os tipos de marcadores encontrados em pacientes com leucemia mielóide crônica e correlacionar estes dados com a clínica do paciente no sentido de verificar se esta correlação é realmente importante para a evolução da doença", observa Eliana.


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