Simulação em computador, desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos e da Bélgica, ajuda pacientes que tiveram acidente vascular cerebral a voltar a dirigir (foto: divulgação)

De volta à estrada
18 de outubro de 2005

Simulação em computador, desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos e da Bélgica, ajuda pacientes que tiveram acidente vascular cerebral a voltar a dirigir

De volta à estrada

Simulação em computador, desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos e da Bélgica, ajuda pacientes que tiveram acidente vascular cerebral a voltar a dirigir

18 de outubro de 2005

Simulação em computador, desenvolvida por cientistas dos Estados Unidos e da Bélgica, ajuda pacientes que tiveram acidente vascular cerebral a voltar a dirigir (foto: divulgação)

 

Agência FAPESP - Voltar a dirigir um automóvel depois de um derrame é algo muito difícil. Para ajudar pessoas que tiveram acidente vascular cerebral (AVC) a novamente assumir o controle de veículos, pesquisadores dos Estados Unidos e da Bélgica desenvolveram um simulador de alta fidelidade. Os primeiros resultados são altamente promissores.

Os cientistas treinaram no simulador um grupo que havia sofrido AVC. Após cinco semanas, os voluntários foram submetidos a um exame de habilitação, junto com outro grupo que teve derrame e não passou pelo treinamento. O resultado: o primeiro grupo teve quase o dobro de aprovados em relação ao segundo.

"Tradicionalmente, para ajudar pacientes a voltar a dirigir, tem se recorrido a métodos baseados em papel ou a treinos no trânsito real, o que é bastante inseguro", disse Abiodun Akinwuntan, do Colégio Médio da Geórgia e principal autor do estudo. Os resultados foram publicados na edição de 27 de setembro da revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia.

A pesquisa foi realizada na unidade de reabilitação do Hospital Universitário em Pellenberg, na Bélgica, com 83 pacientes. O simulador consiste num automóvel especialmente equipado instalado em frente a um telão, onde são projetadas situações encontradas no trânsito em cidades e estradas. O percurso, de 33 quilômetros, foi desenvolvido em computador e inclui as mais variadas situações, adaptando-se às respostas dos motoristas.

Os erros cometidos foram monitorados tanto por um computador quanto por um dos pesquisadores. "As simulações de estradas rurais, com menor tráfego, são boas para testar habilidades básicas. O cenário urbano oferece um ambiente em que a atenção está constantemente dividida, enquanto as rodovias permitem que os pacientes treinem ultrapassagens", explica Akinwuntan.

Segundo os cientistas, o simulador oferece inúmeras possibilidades de uso, podendo, por exemplo, ajudar a determinar que tipos de habilidades de direção são afetadas em diferentes estágios da doença de Parkinson. Os autores do estudo planejam desenvolver um sistema que use o simulador e a realidade virtual para identificar e tratar os principais problemas encontrados por pacientes que deixam o hospital após terem tido um acidente vascular cerebral.

O artigo Effect of simulator training on driving after stroke: A randomized controlled trial, de A. E. Akinwuntan, W. De Weerdt, H. Feys, J. Pauwels, G. Baten, P. Arno e C. Kiekens, pode ser lido no site da Neurology, em www.neurology.org.


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