De olhos bem abertos
22 de dezembro de 2003

Levantamento feito entre professores do ensino fundamental em escolas públicas de São Paulo mostra como são identificados os problemas visuais dos alunos. O trabalho pretende subsidiar ações de assistência oftalmológica para crianças em idade escolar

De olhos bem abertos

Levantamento feito entre professores do ensino fundamental em escolas públicas de São Paulo mostra como são identificados os problemas visuais dos alunos. O trabalho pretende subsidiar ações de assistência oftalmológica para crianças em idade escolar

22 de dezembro de 2003

 

Agência FAPESP - A criança vai mal na escola, tira notas baixas e parece perdida em aula. O que inicialmente sugere uma dificuldade de aprendizado pode ser apenas sinal de que ela não está enxergando a lousa e precisa usar lentes corretivas. Situações como essa são muito comuns já que, muitas vezes, problemas visuais passam despercebidos dos pais que têm filhos em idade escolar.

O estudo Promoção da saúde ocular na escola: percepções de professores sobre erros de refração se propôs a verificar quão sensíveis são os docentes de escolas públicas de São Paulo para detectar deficiências visuais dos alunos. O objetivo do levantamento é subsidiar programas de treinamento para professores no que se refere à detecção e assistência de crianças com alterações oftalmológicas.

A pesquisa foi desenvolvida por Jane de Eston Armond, diretora do Centro para a Organização da Atenção à Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Edméa Temporini, assessora de pesquisa em Oftalmologia da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Milton Ruiz Alvez, também professor da USP e da Unicamp.

Os pesquisadores aplicaram um questionário exploratório na população de professores da primeira série do ensino fundamental de todas as escolas públicas da região sul de São Paulo. O universo de trabalho resultou em 545 docentes, distribuídos em 120 escolas, com média etária de 37,8 anos e 13,2 anos de magistério. A maioria deles (67,4%) não havia recebido orientações sobre saúde ocular nos últimos três anos.

Constatou-se que os professores identificam a miopia com mais facilidade (70,8%) do que a hipermetropia (42,9%) e o astigmatismo (40,9%). Eles relataram comportamentos indicativos em crianças com problemas de visão sem correção óptica. Nos alunos míopes o mais comum é levantar-se da cadeira e "apertar" os olhos para enxergar as letras na lousa. Nas crianças hipermétropes foram dificuldades de leitura e escrita, tonturas e enjôo. Já para os astigmatas, os aspectos mais mencionados pelos docentes foram vista embaçada, desinteresse por atividades que exigem esforço visual e dores de cabeça.

Grande parte dos docentes considerou a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo problemas muito graves, o que caracteriza conhecimentos distorcidos ou insuficientes a respeitos de erros de refração.

Clique aqui para ler o texto integral do trabalho que está disponível na biblioteca eletrônica SciElo.


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