Projeto em Pernambuco lança cartões flutuantes e pede que a população participe de pesquisa para entender movimentos migratórios e outras características do comportamento dos animais
Projeto em Pernambuco lança cartões flutuantes e pede que a população participe de pesquisa para entender movimentos migratórios e outras características do comportamento dos animais
Foram lançados 500 cartões de deriva a cada 900 metros, numa extensão de 18 quilômetros. A pesquisa é realizada pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e pelo Instituto Oceanário, com financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).
Segundo o MCT, os cartões de deriva, plastificados e numerados, trazem endereços eletrônicos da UFRPE e do Instituto Oceanário e um número de telefone, para que a população possa entrar em contato com os responsáveis e informar o local em que foram encontrados.
Com essas informações, os pesquisadores pretendem entender melhor os movimentos migratórios, a distribuição, a biologia reprodutiva e o comportamento dos tubarões. O estudo envolve o levantamento de informações ambientais, como temperatura, salinidade, correntes marinhas e ventos.
Os pesquisadores pedem que a população ajude na pesquisa, informando sempre que encontrar um cartão, que deve aportar em praias diversas, inclusive de outros estados, como Paraíba e Rio Grande do Norte.
Os recursos para a pesquisa, de R$ 470 mil, foram liberados pelo MCT por meio de convênio com a UFRPE e o Instituto Oceanário, assinado em julho do ano passado.
Nos últimos 13 anos, foram registrados 46 ataques de tubarões no litoral pernambucano, com taxa de mortalidade de 37%. Segundo os pesquisadores do Instituto Oceanário, a média de óbitos mundial é de 12%.
De acordo com o Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), criado em maio de 2004 para ajudar no combate aos ataques, as espécies tigre (Galeocerdo cuvier) e cabeça-chata (Carcharhinus leucas) são responsáveis pela maioria dos ataques na costa do Recife.
Os especialistas alertam que entre os meses de julho, agosto e setembro – quando há maior incidência de chuva – a população deve ficar ainda mais atenta. Nesse período há uma maior incidência de ataques (36%), pois os tubarões se adaptam facilmente à baixa salinidade da água.
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