Material sensível à luz infravermelha foi descoberto pela equipe liderada por Ted Sargent
(foto: Un.Toronto)
Cientistas canadenses conseguem obter material capaz de enxergar a luz infravermelha. A novidade pode resultar em células capazes de transformar luz em eletricidade com eficiência cinco vezes maior do que as atuais
Cientistas canadenses conseguem obter material capaz de enxergar a luz infravermelha. A novidade pode resultar em células capazes de transformar luz em eletricidade com eficiência cinco vezes maior do que as atuais
Material sensível à luz infravermelha foi descoberto pela equipe liderada por Ted Sargent
(foto: Un.Toronto)
Exercícios de imaginação como esses podem virar realidade em breve, graças a um novo material sensível à luz infravermelha que acaba de ser criado por cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá. Em artigo publicado na versão on-line da revista Nature Materiais, a equipe liderada por Ted Sargent, do Departamento de Engenharia Elétrica e da Computação, descreve como conseguiu obter um material capaz de lidar com a faixa de radiação invisível que vai de 750 nanômetros (bilionésima parte de um metro) a 1.000 nanômetros.
"Conseguimos obter partículas de cristais semicondutores com as medidas exatas de 2, 3 e 4 nanômetros", disse Sargent em comunicado da universidade canadense. Em seguida, os pesquisadores ajustaram as nanopartículas para capturar comprimentos de onda muito baixos. O resultado foi a criação de um sensor de infravermelho que pode ser espalhado na forma de spray.
Existem hoje diversos materiais sensíveis à luz, utilizados em células solares, telas ou sensores, por exemplo, mas todos funcionam no espectro da luz visível. Graças à capacidade de enxergar o infravermelho, os cientistas esperam que o novo material possa ter aplicações nas mais variadas áreas, como na medicina ou na transmissão de dados por fibra óptica.
"Os cálculos que fizemos mostram que a combinação do uso do infravermelho com a luz visível pode resultar em um uso de até 30% da energia irradiada pelo Sol. Isso é muito mais do que os 6% que são conseguidos pelas melhores células solares existentes atualmente", disse Peter Peumans, da Universidade de Stanford, que analisou o trabalho feito no Canadá para a Nature Materials.
O artigo Solution-processed PbS quantum dot infrared photodetectors and photovoltaics, de Steven A. McDonald, Gerasimos Konstantatos, Shiguo Zhang, Paul W. Cyr, Ethan J. D. Klem, Larissa Levina e Edward (Ted) H. Sargent, pode ser lido no site da revista, em: www.nature.com/nmat
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