Professor titular do IFSC-USP, Nunes foi agraciado 26 vezes com prêmio oferecido pelos alunos ao melhor docente de cada turma (foto: Daniel Antonio/Agência FAPESP)
Em entrevista ao Centro de Memória FAPESP, Luiz Nunes de Oliveira lembra da sua trajetória acadêmica, de seu período como pró-reitor de pesquisa da USP e dos anos em que atuou junto à Diretoria Científica da Fundação
Em entrevista ao Centro de Memória FAPESP, Luiz Nunes de Oliveira lembra da sua trajetória acadêmica, de seu período como pró-reitor de pesquisa da USP e dos anos em que atuou junto à Diretoria Científica da Fundação
Professor titular do IFSC-USP, Nunes foi agraciado 26 vezes com prêmio oferecido pelos alunos ao melhor docente de cada turma (foto: Daniel Antonio/Agência FAPESP)
Agência FAPESP – Luiz Nunes de Oliveira formou-se na primeira turma do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC- USP), em 1973. “Éramos uns 20 alunos. O curso foi organizado por Almir Massambani [falecido em 2012], com muitas aulas em laboratórios. Foi um período entusiasmante”, contou em entrevista ao Centro de Memória FAPESP.
Foi contratado como auxiliar de ensino no ano seguinte, ao mesmo tempo em que iniciava uma trajetória de pesquisa que o levou para o doutorado na Universidade de Cornell e no Instituto Nórdico de Teoria (Nordita), em Copenhague, e ao pós-doutorado nas universidades de Ohio e da Califórnia, em Santa Bárbara, nos Estados Unidos, onde trabalhou com Walter Kohn, que uma década depois ganharia o Nobel de Química. “A formação de alunos no exterior teve forte impacto no IFSC, sobretudo porque trouxe a física experimental para um instituto que tinha foco na física teórica”, disse.
Professor titular do IFSC-USP, Nunes foi agraciado 26 vezes com o prêmio Horácio Carlos Panepucci, oferecido pelos alunos do instituto ao melhor docente de cada turma. Ao longo de sua carreira, foi pró-reitor de Pesquisa da USP (2001-2005), coordenador de área (1988-1992) e coordenador adjunto na FAPESP, editor-chefe do Brazilian Journal of Physics e coordenador científico da revista Pesquisa FAPESP. Hoje é gestor do programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), que ele ajudou a implantar no início dos anos 2000.
Na FAPESP, Nunes também acompanhou o ingresso da Fundação no consórcio do Southern Astrophysical Research Telescope, conhecido como Soar, em Cerro Pachón, uma montanha no deserto do Atacama, no Chile. “Isso mudou a astronomia no Brasil. Até então, o único telescópio disponível estava instalado em Brazópolis e tinha 1 metro”, afirmou, referindo-se ao Observatório do Pico dos Dias, em Minas Gerais.
A oportunidade de ingresso surgiu em 1995, quando uma das três universidades que formavam o consórcio para a construção do telescópio de 4 metros no Chile desistiu. O então diretor científico da FAPESP José Fernando Perez constituiu um comitê do qual participaram astrônomos de renome internacional, além do físico Herch Moysés Nussenzveig (1933-2022), professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “O comitê concluiu que o Brasil deveria ter protagonismo no projeto, contribuindo, por exemplo, com aparelhos, desenho e com a estrutura do Soar”, lembrou. João Steiner (1950-2020), professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), tomou a frente da empreitada. “Ele disse: ‘esse é o projeto dos meus próximos cinco anos’.”
A experiência do Soar, na avaliação de Nunes, possibilitou que o Brasil se qualificasse para participar de um consórcio ainda maior, envolvendo 17 países: o telescópio Pierre Auger, em Malargüe, na Argentina (leia mais em: agencia.fapesp.br/31937 e veja o vídeo em: youtu.be/EfUO8Yy5lEk).
Na entrevista, da qual participaram José Roberto Drugowich – segunda turma do IFSC-USP – e Raul Machado, respectivamente chefe de gabinete e assessor da Presidência da FAPESP, Nunes contou passagens saborosas de sua adolescência. Ainda aluno do científico – atualmente o último estágio da Educação Básica –, viveu um ano na Califórnia, em intercâmbio estudantil. O time de futebol da escola tinha como capitão um garoto forte, que ele descobriu anos depois, ao ver o filme Sociedade dos Poetas Mortos, ser o ator Robin Williams.
A íntegra da entrevista, além de outras conversas, está disponível em: https://centrodememoria.fapesp.br/entrevistas/.
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