"A atividade de inovação depende das empresas, mas a maioria delas tem uma tradição de imitação e não de inovação. O grande desafio é superar tal posicionamento", disse Ruy Quadros de Carvalho, da Unicamp, na conferência anual da Anpei
"A atividade de inovação depende das empresas, mas a maioria delas tem uma tradição de imitação e não de inovação. O grande desafio é superar tal posicionamento", disse Ruy Quadros de Carvalho, da Unicamp, na conferência anual da Anpei
Agência FAPESP – Para inovar, é preciso ter uma cultura de inovação. Essa foi uma das frases mais ouvidas durante a 8ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, realizada pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras na semana passada, em Belo Horizonte.
Essa cultura, ou o ambiente favorável à inovação, de acordo com os especialistas presentes no evento, deve ser construída internamente pelas empresas a partir de instrumentos do governo e de políticas públicas.
"A atividade de inovação depende das empresas, mas a maioria delas tem uma tradição de imitação e não de inovação. O grande desafio é superar tal posicionamento", disse Ruy Quadros de Carvalho, professor do Departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Universidade Estadual da Universidade de Campinas (Unicamp).
Carvalho apresentou os resultados de uma pesquisa que buscou mapear o posicionamento estratégico e a organização da gestão da inovação em 50 empresas industriais do país. A pesquisa apurou que a minoria (16%) realiza pesquisa tecnológica de maneira sistemática.
Para o pesquisador, as empresas nacionais não buscam competir com base na inovação porque a inovação ainda não é uma atividade sistemática. Conforme o modelo por ele apresentado, a cultura de inovação resulta de três fatores principais: governança (decisões da empresa sobre inovação, como orçamento para pesquisa e desenvolvimento), organização estratégica da empresa para inovar e recursos humanos qualificados.
Especificamente, a temática dos recursos humanos qualificados para pesquisa, desenvolvimento e inovação também ganhou destaque durante a conferência. Foi tema de uma das sessões que expôs as atividades do comitê de recursos humanos para a área criado pela Anpei há alguns anos. O comitê integra empresas como Embraer e Vallèe e pesquisadores do Programa de Gestão Tecnológica (PGT), da Universidade de São Paulo (USP).
Os dados apresentados pelo comitê indicam que o Brasil deverá formar 80 mil engenheiros em 2008, mas que apenas 10 mil trabalharão com pesquisa, desenvolvimento e inovação no setor produtivo.
Nesse contexto, a demanda por profissionais qualificados, como engenheiros, foi um dos principais gargalos identificados na instalação de um ambiente de pesquisa, desenvolvimento e inovação – e de uma cultura de inovação – nas empresas.
*Da Coordenadoria de Comunicação da Secretaria de Ensino Superior de São Paulo
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