Em artigo na Science, Mayana Zatz descreve suas lutas profissionais
(foto:arquivo pessoal)
Mayana Zatz, da USP, é a autora do ensaio desta semana da série comemorativa aos 125 anos da Science. A revista convida a cada edição um cientista de alguma parte do mundo a contar sua trajetória e seus desafios profissionais
Mayana Zatz, da USP, é a autora do ensaio desta semana da série comemorativa aos 125 anos da Science. A revista convida a cada edição um cientista de alguma parte do mundo a contar sua trajetória e seus desafios profissionais
Em artigo na Science, Mayana Zatz descreve suas lutas profissionais
(foto:arquivo pessoal)
"Foi durante a minha graduação, em 1960, quando conseguia realizar o meu sonho de criança de ser cientista para curar doenças, que tive uma experiência transformadora", lembra a pesquisadora, que na época estudava ciências biológicas na Universidade de São Paulo.
A narrativa de Mayana, hoje coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da FAPESP, revela que o caminho dos laboratórios – e das pesquisas científicas – acabou sendo decisivo.
"Um certo dia, o professor Oswaldo Frota Pessoa me convidou para participar de sessões de aconselhamento genético com as famílias que tinham integrantes afetados por problemas como síndrome de Down e doença de Huntington", diz. Depois de lidar diretamente com muitos pacientes, a decisão da cientista se cristalizou definitivamente: ela iria dedicar sua vida científica para, de alguma forma, ajudar pessoas como aquelas.
Ao mesmo tempo em que a carreira de Mayana evoluía – e junto com ela a biologia molecular brasileira também se desenvolvia –, novos desafios foram surgindo, tanto dentro do laboratório como fora dele. Em 1981, por exemplo, a pesquisadora criou a Associação Brasileira de Distrofia Muscular (Abdim), que presta auxílio a crianças portadoras da doença. Uma equipe multidisciplinar atende os pacientes, que são buscados diariamente em suas casas por veículos da entidade. A cientista conta que a Abdim está atrás de fundos para ampliar suas instalações de modo a atender até 400 crianças.
Apesar de comemorar a vitória em uma das últimas batalhas genéticas de que ela participou – a recente aprovação do projeto de Lei de Biossegurança no Congresso Nacional –, Mayana é categórica em afirmar que os desafios científicos na pesquisa básica ainda serão enormes. "É importante que isso seja dito, para que as pessoas não fiquem frustradas", sustenta. Mesmo assim, ela se diz confiante de que, em algum momento no futuro, as pesquisas com células-tronco embrionárias humanas poderão ajudar a pessoas com distrofia muscular ou outras doenças hoje incuráveis.
O artigo de Mayana Zatz pode ser lido no site da Science, em www.sciencemag.org
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