Iniciativa é liderada pelo Conselho Internacional para a Ciência e busca apoiar pesquisas necessárias para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (foto: Felipe Maeda / Agência FAPESP)

Criação de fórum global de financiadores de ciência é debatida em São Paulo
22 de novembro de 2017

Iniciativa é liderada pelo Conselho Internacional para a Ciência e busca apoiar pesquisas necessárias para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas

Criação de fórum global de financiadores de ciência é debatida em São Paulo

Iniciativa é liderada pelo Conselho Internacional para a Ciência e busca apoiar pesquisas necessárias para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas

22 de novembro de 2017

Iniciativa é liderada pelo Conselho Internacional para a Ciência e busca apoiar pesquisas necessárias para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (foto: Felipe Maeda / Agência FAPESP)

 

Karina Toledo  |  Agência FAPESP – A criação de um fórum global de financiadores de ciência – dedicado a apoiar as pesquisas necessárias para que sejam alcançados os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) – foi debatida durante uma reunião realizada em São Paulo no dia 10 de novembro.

A iniciativa é liderada pelo Conselho Internacional para a Ciência (ICSU), organização não governamental da qual o Brasil é membro por meio da Academia Brasileira de Ciências (ABC). O encontro ocorreu paralelamente à reunião plenária anual do Belmont Forum, consórcio internacional que reúne as principais agências de fomento à pesquisa do mundo, entre elas a FAPESP.

“Nenhuma organização de fomento sozinha, por mais forte que seja, tem condições de investir os recursos necessários para tornar os ODS uma realidade em nível global. Com o tema da colaboração internacional em nossas agendas, aproveitamos a reunião do Belmont Forum, onde diversas agências nacionais estariam reunidas, para dar continuidade às discussões de criação de um fórum global de financiadores”, disse Heide Hackmann, diretora executiva do ICSU.

A ideia, contou Hackmann, seria reunir nesse fórum lideranças das três principais comunidades financiadoras de ciência: agências nacionais de fomento, fundações privadas de apoio à pesquisa e agências internacionais de cooperação para o desenvolvimento. A união desses diferentes perfis, segunda a diretora do ICSU, possibilitaria o financiamento de pesquisa também em países sem um sistema de ciência estruturado.

“Há nações que não contam com uma agência nacional de fomento à pesquisa e que também precisam fazer parte deste movimento. Reunindo diferentes comunidades de financiadores, acreditamos ser possível um apoio à ciência que seja realmente inclusivo, tenha impacto e não deixe ninguém para trás”, afirmou Hackmann.

Comendo um elefante

A criação do fórum global de financiadores vem sendo articulada pelo ICSU há alguns anos, em parceria com organizações como Belmont Forum, Future Earth, Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional, Fundação Volkswagem e Centro Internacional de Pesquisas para o Desenvolvimento.

“Porém, foi somente em uma reunião realizada em maio de 2017 que se chegou ao consenso de que a colaboração deveria ter como foco os ODS. Esse é o contexto comum a todos os países”, disse Hackmann.

Propostos pela ONU em 2015, como meta a ser alcançada por todos os países até 2030, os ODS incluem ações como acabar com a pobreza e com a fome, assegurar educação inclusiva para todos, alcançar igualdade de gênero, assegurar acesso à água limpa e energia, promover crescimento econômico e emprego, entre outras.

“Há muitas nações pobres que não conseguem desenvolver pesquisas porque não têm acesso a financiamento. Há ainda países que têm universidades, mas não contam com um sistema de pesquisa funcionando. Mesmo alguns membros do G20 [grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia], como a Indonésia, ainda têm uma infraestrutura de pesquisa precária. O que está se debatendo, portanto, é como apoiar aqueles que não conseguem se financiar”, comentou Gilberto Camara, membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e único brasileiro presente na reunião realizada em São Paulo.

Na avaliação de Hackmann, a criação do fórum global é uma meta “muito ambiciosa” e precisa ser feita com pequenos passos.

“É como comer um elefante com uma mordida de cada vez. Inicialmente é necessário criar um entendimento, conversar com os possíveis parceiros para saber o que pensam a respeito e conhecer suas ambições. Foi isso que fizemos nesta reunião. No futuro, poderemos pensar em lançar chamadas de propostas”, disse.
 

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