Para Eduardo Moacyr Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciências, as perspectivas para a ciência nacional são animadoras (foto: T.Romero)

Crescer e prosperar
18 de novembro de 2005

Eduardo Krieger, presidente da ABC, avalia o desenvolvimento científico nacional. A produção cresce 8% ao ano e o país aparece em 6º lugar na lista das nações que mais receberão investimentos em P&D nos próximos três anos

Crescer e prosperar

Eduardo Krieger, presidente da ABC, avalia o desenvolvimento científico nacional. A produção cresce 8% ao ano e o país aparece em 6º lugar na lista das nações que mais receberão investimentos em P&D nos próximos três anos

18 de novembro de 2005

Para Eduardo Moacyr Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciências, as perspectivas para a ciência nacional são animadoras (foto: T.Romero)

 

Por Thiago Romero, de Brasília

Agência FAPESP - Para Eduardo Moacyr Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), as perspectivas para a ciência nacional são animadoras. Segundo ele, a produção científica nacional cresce 8% ao ano de forma equilibrada entre as diferentes áreas do conhecimento.

"Isso é uma taxa de crescimento notável. Se continuarmos assim estará muito bom", avaliou na manhã de quinta-feira (17/11), segundo dia da 3ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), em Brasília.

Em seguida, Krieger citou uma pesquisa recente publicada pela revista inglesa The Economist. O levantamento questionou dirigentes de grandes empresas mundiais, líderes de mercado, sobre as intenções de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para os próximos três anos. O Brasil aparece em 6º lugar na lista. De acordo com a publicação, 39% dos investidores apontaram a China como país escolhido para onde direcionar os investimentos, 29% escolheram os Estados Unidos, 28% a Índia, 24% o Reino Unido, 19% a Alemanha e 11% o Brasil.

"Esse é o momento em que o governo, a comunidade científica e as empresas privadas deveriam aproveitar os recursos para inserir o Brasil em um círculo virtuoso que consiga transferir o conhecimento ao setor produtivo, de modo a gerar riqueza e melhorar a qualidade de vida da população", afirmou.

Mas Krieger lamentou o fato de o investimento em ciência no Brasil representar apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB). "Ainda estamos longe dos 2% que nos foram prometidos há 20 anos, no encerramento da primeira Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia", afirmou. Para efeito de comparação, os gastos do governo federal com educação chegam a 4% do PIB.

Kreiger, que está à frente da ABC desde 1993, falou também sobre a formação de recursos humanos. Apesar de as universidades brasileiras produzirem cerca de 9 mil doutores por ano, o número de cientistas por habitante ainda é pequeno – cinco por 100 mil. "Não devemos pôr o pé no freio. As universidades precisam continuar formando muitos doutores. No entanto, o grande desafio é aumentar o índice de aproveitamento desses doutores no sistema universitário e, principalmente, no setor industrial", apontou.

Outro dado relevante é o volume mundial de pesquisa básica. Atualmente, 40% da produção científica está concentrada nos Estados Unidos, 40% na Europa, 17% na Ásia e apenas 3% na América Latina. "Apesar da baixa taxa de inovação, nosso crescimento é relativamente bom, pois temos boa capacidade física e humana instalada. Mas ainda temos um longo caminho a percorrer", disse Krieger.


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