Impacto do meteorito no México teria ocorrido 300 mil anos antes da extinção dos dinossauros

Cratera errada
01 de março de 2004

Novo estudo revela que o impacto que provocou a cratera de Chicxulub, no México, considerado pelos cientistas como o motivo da extinção dos dinossauros, teria ocorrido pelo menos 300 mil anos antes do que se acreditava, quando os gigantescos animais ainda estavam longe de seu final

Cratera errada

Novo estudo revela que o impacto que provocou a cratera de Chicxulub, no México, considerado pelos cientistas como o motivo da extinção dos dinossauros, teria ocorrido pelo menos 300 mil anos antes do que se acreditava, quando os gigantescos animais ainda estavam longe de seu final

01 de março de 2004

Impacto do meteorito no México teria ocorrido 300 mil anos antes da extinção dos dinossauros

 

Agência FAPESP - No início da década de 1990, a descoberta da enorme cratera de Chicxulub, no interior do México, pôs fim a um extenso capítulo da história da paleontologia mundial. Os cientistas se convenceram de que aquela feição geológica com mais de 200 quilômetros de diâmetro, provocada pelo impacto de um meteorito, era a prova que faltava para explicar a extinção em massa dos dinossauros no fim do Período Cretáceo, há aproximadamente 65 milhões de anos.

Mas um artigo publicado na edição atual do Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) acaba de reabrir a história. As pesquisas conduzidas pela equipe de Gerta Keller, da Universidade de Princeton, mostra que a cratera mexicana é, pelo menos, 300 mil anos mais antiga do que se imaginava. Ou seja, ela não é contemporânea do processo que exterminou os dinossauros e vários outros grupos de organismos da superfície terrestre.

Para chegar à idade correta da feição geológica localizada no interior do México, o grupo de Kerta, formado por seis cientistas de diversos países, apoiou-se em estudos de sedimentologia, bioestratigrafia, magnoestratigrafia, isótopos estáveis e íridio, substância química bastante presente em meteoros.

"A cratera que realmente ajudou a provocar a grande extinção em massa do final do Cretáceo ainda permanece desconhecida dos cientistas", escreveram os autores no artigo recém-publicado. "Talvez a cratera de Shiva, na Índia, possa ser a próxima candidata."

No estudo, os pesquisadores defendem ainda uma revisão na tese que explica a extinção em massa dos dinoussauros. Para eles, não foi um único impacto, mas uma série deles, que transformou o clima na Terra.

"Além dos meteoros, as atividades vulcânicas daquele período e a emissões de gases que contribuíram para uma espécie de efeito estufa também devem ser corretamente avaliadas", escreveram no artigo.


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