Parceria entre indústria e institutos de pesquisa resulta na conclusão do chip para marcapasso cardíaco que está sendo desenvolvido com tecnologia nacional (foto: divulgação)

Coração em ritmo nacional
18 de junho de 2007

Parceria entre indústria e institutos de pesquisa resulta na conclusão do chip para marca-passo cardíaco que está sendo desenvolvido com tecnologia nacional. Protótipo industrial deverá estar pronto em 18 meses

Coração em ritmo nacional

Parceria entre indústria e institutos de pesquisa resulta na conclusão do chip para marca-passo cardíaco que está sendo desenvolvido com tecnologia nacional. Protótipo industrial deverá estar pronto em 18 meses

18 de junho de 2007

Parceria entre indústria e institutos de pesquisa resulta na conclusão do chip para marcapasso cardíaco que está sendo desenvolvido com tecnologia nacional (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP – Um órgão privado de pesquisa, o Genius Instituto de Tecnologia, um representante da indústria nacional, a Dixtal Biomédica, e o Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) uniram esforços para uma causa comum: desenvolver marcapassos cardíacos com tecnologia nacional.

O resultado mais expressivo da parceria até agora é a conclusão do chip que integrará o equipamento, nomeado de circuito integrado MPB-1. O projeto está na segunda fase: o desenvolvimento do protótipo industrial do marcapasso que, segundo o diretor do Genius Instituto de Tecnologia, Carlos Eduardo Pitta, deverá estar pronto em 18 meses.

"Após esse período, iremos trabalhar na miniaturização total do protótipo industrial e começar os testes clínicos para confirmação de sua eficácia. Em seguida, vamos submetê-lo à aprovação das agências reguladoras e dar início à produção do marcapasso como produto", disse Pitta à Agência FAPESP.

O equipamento é indicado para pessoas com problemas de arritmia cardíaca, alteração na freqüência dos batimentos do coração que pode causar desde mal-estar até parada cardíaca. A produção nacional de marcapassos é importante para que o país, que nos anos 70 chegou a dominar a tecnologia de produção do equipamento, passe a importar uma quantidade menor do produto.

"O país parou de dominar a tecnologia em 1975, quando a indústria brasileira enfrentou dificuldades para manter o ritmo de desenvolvimento tecnológico necessário para desenvolver o produto e passou a importá-lo", explica Pitta.

Em 2005, o país importou dos Estados Unidos e de países da Europa 18 mil marcapassos para o Sistema Único de Saúde (SUS), com gastos da ordem de R$ 165 milhões. O diretor do Genius diz que ainda não há como mensurar quanto poderá ser economizado em importações, uma vez que o produto final ainda não tem previsão de custo.

"Parte da demanda deverá ser suprida pela produção nacional e também haverá espaço no mercado para o similar importado, mas ainda não é possível calcular o preço por unidade. Não sabemos o valor dos componentes do protótipo final", aponta Pitta. Na América do Sul, apenas o Uruguai fabrica o equipamento.

O processo de desenvolvimento do marcapasso nacional, cuja primeira fase custou R$ 2,5 milhões, é financiado pela Dixtal Biomédica e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O projeto está alinhado com a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Pitce) do governo federal, em que uma das prioridades são as áreas de software e semicondutores.

Colaboram também pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Católica do Uruguai.


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