Dos casos registrados no distrito, 25% são doenças diarréicas e parasitoses intestinais
Foto: Renata Ferraz de Toledo

Contrastes contemporâneos
21 de janeiro de 2005

Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP vão desenvolver, por dez meses, trabalhos de educação e saúde em um distrito indígena no interior do Amazonas. O objetivo da iniciativa é melhorar as condições sanitárias da região, onde vivem 3 mil índios

Contrastes contemporâneos

Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP vão desenvolver, por dez meses, trabalhos de educação e saúde em um distrito indígena no interior do Amazonas. O objetivo da iniciativa é melhorar as condições sanitárias da região, onde vivem 3 mil índios

21 de janeiro de 2005

Dos casos registrados no distrito, 25% são doenças diarréicas e parasitoses intestinais
Foto: Renata Ferraz de Toledo

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - O distrito indígena de Iauaretê, em São Gabriel da Cachoeira (AM), é um retrato típico dos contrastes existentes no Brasil. A população de 3 mil índios, ao mesmo tempo que tenta manter suas raízes culturais, vive como se estivesse em uma zona urbana. No local, existe comércio, escolas, igrejas e a presença do exército brasileiro. Inclusive, cem indígenas trabalham como soldados na região.

"Nenhuma casa do distrito possui banheiro. A população utiliza a mesma água dos rios para fazer suas necessidades e para se alimentar", disse Renata Ferraz de Toledo à Agência FAPESP. A pesquisadora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo vai se juntar a outros oito pesquisadores que participam do projeto, com duração de 12 meses.

"Com o diagnóstico preciso da situação, nós iremos propor soluções de infra-estrutura e intervenção educacional", disse. O projeto é financiado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O retrato da situação encontrada na Amazônia interfere de forma direta na saúde da população indígena, formada por 15 etnias diferentes. "Dos casos registrados no distrito, 25% são doenças diarréicas e parasitoses intestinais", explica a bióloga. "Os habitantes de Iauaretê nem precisavam estar concentrados lá. Existe uma floresta inteira à disposição deles."

Todas as fases do projeto, que também conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz de Manaus, vão ter a presença dos indígenas. Segundo a pesquisadora, eles vão participar desde o diagnóstico dos problemas até o momento da análise e da interpretação dos dados.

A questão cultural em relação à vida urbana é um dos grandes problemas que os pesquisadores vão encontrar no interior do Amazonas, segundo Renata. "Infelizmente, os indígenas ainda apresentam os hábitos sanitários de quando eles viviam em aldeias. Isso acaba expondo a população a sérios riscos epidemiológicos", disse a pesquisadora.


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