Os países amazônicos, além da pobreza social, também são alvos do desmatamento e da poluição
(foto:Univ. Yale)

Contracorrente histórica
03 de maio de 2005

Países sul-americanos e árabes estão, na grande parte dos casos, à margem da globalização e na miséria social. A afirmação é do livro Os excluídos da Arca de Noé, que discute o assunto a partir de sete artigos e será lançado nesta quarta (4/5), em Brasília

Contracorrente histórica

Países sul-americanos e árabes estão, na grande parte dos casos, à margem da globalização e na miséria social. A afirmação é do livro Os excluídos da Arca de Noé, que discute o assunto a partir de sete artigos e será lançado nesta quarta (4/5), em Brasília

03 de maio de 2005

Os países amazônicos, além da pobreza social, também são alvos do desmatamento e da poluição
(foto:Univ. Yale)

 

Agência FAPESP - Na América Latina, assim como em outras regiões do mundo – especialmente na Ásia e na África –, a história é pródiga em registrar os fatos apenas pelo olhar dos vencedores. No caso da colonização européia isso é mais do que emblemático, uma vez que os índios ficam sempre em segundo plano.

Para quem imagina que esses registros unilaterais dos fatos estão restritos ao passado colonial, o livro Os excluídos da Arca de Noé, que será lançado nesta quarta-feira (4/5) em Brasília, mostra que, guardadas as devidas proporções, pouca coisa mudou nesse cenário.

"Esse livro é uma contribuição da academia latino-americana para os estudos internacionalistas. Uma forma de diversificar as interpretações dos fatos", disse Argemiro Procópio, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, à Agência UnB.

Segundo o organizador do livro, doutor em sociologia pela Universidade de Berlim, na Alemanha, e pós-graduado pelo Instituto de Estudos dos Países em Desenvolvimento da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, a publicação propõe uma releitura da história e mostra como a visão atual está do lado dos países desenvolvidos.

Além das vertentes históricas, abordagens políticas, econômicas e sociológicas dos países na periferia do mundo serão abordadas pelos setes especialistas que participam do livro. Procópio escreve sobre a miséria ecológica que atinge os países amazônicos. Não bastasse o desmatamento, a poluição e a contaminação ambiental, todos convivem com uma grande pobreza social.

Em termos geográficos, a periferia global não é formada apenas pela América do Sul, segundo os autores. Os países árabes também estão nessa mesma situação, como afirma o cientista social Samir Armin, diretor do Fórum do Terceiro Mundo de Dacar, Senegal, outro especialista que participa do livro.

A lista de colaboradores conta ainda com Virgílio Arraes (UnB), Raúl Bernal-Meza (Universidade de Buenos Aires), Elmar Altvater (Universidade Livre de Berlim), Andre Gunter Frank, morto no início deste ano, e Franz Hinklammert. Este último, economista, filósofo e teólogo da libertação, nasceu na Alemanha, mas vive na América Latina há mais de 30 anos.

Para marcar o lançamento do livro, os organizadores da obra prepararam também um seminário internacional, que será realizado na UnB. A programação prevê a participação de Cristovam Buarque (ex-reitor da UnB e ex-ministro da Educação), Tomás Balduíno (bispo de Goiás Velho) e Luís Varese (representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados). O lançamento da obra está marcado para as 19h, no restaurante Oca da Tribo.

Mais informações no site: www.unb.br/irel


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