Francelino Grando, secretário de Política de Informática e Tecnologia do MCT (foto: Eduardo Geraque)

Contornos da cooperação Brasil-Canadá
04 de novembro de 2003

Biotecnologia, energias sustentáveis, inovação industrial, maricultura e tecnologia espacial são as áreas escolhidas para cooperação entre os dois países. "O foco está em parcerias para a geração de negócios em inovação tecnológica", disse Francelino Grando, do MCT. Um comitê para gestão dos acordos será criado nesta quarta (5/11), no encerramento do Workshop Brasil-Canadá

Contornos da cooperação Brasil-Canadá

Biotecnologia, energias sustentáveis, inovação industrial, maricultura e tecnologia espacial são as áreas escolhidas para cooperação entre os dois países. "O foco está em parcerias para a geração de negócios em inovação tecnológica", disse Francelino Grando, do MCT. Um comitê para gestão dos acordos será criado nesta quarta (5/11), no encerramento do Workshop Brasil-Canadá

04 de novembro de 2003

Francelino Grando, secretário de Política de Informática e Tecnologia do MCT (foto: Eduardo Geraque)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Biotecnologia, energias sustentáveis, inovação industrial, maricultura e tecnologia espacial. Essas cinco áreas foram escolhidas pelo Ministério de Relações Exteriores do Canadá, em conjunto com o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) do Brasil, para fazerem parte de um programa de cooperação internacional entre os dois países. O Comitê Binacional de Gestão do acordo será criado nesta quarta-feita (5/11), em São Paulo, no segundo e último dia do Workshop Brasil-Canadá.

"Esta é mais uma importante iniciativa, assim como fizemos com a França e com a Coréia do Sul e ainda vamos fazer com a Alemanha até o fim do mês" disse Francelino Grando, secretário de Política de Informática e Tecnologia do MCT à Agência FAPESP. "Com o Canadá, o foco está em parcerias para a geração de negócios em inovação tecnológica."

As negociações para a definição das áreas beneficiadas pelo acordo duraram dez meses, segundo o secretário. "Optamos por fechar o foco nessas cinco áreas", disse. Em algumas delas, como na maricultura, já existem grupos dos dois países trabalhando em conjunto. De acordo com Grando, os recursos para essas ações do ministério serão retirados dos fundos setoriais, como previsto no orçamento.

Para Michael Raymont, vice-presidente do programa de apoio à industria e tecnologia do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá, é fundamental a participação dos setores industrial e acadêmico das duas nações nesses programas de cooperação. "Quando tudo fica restrito aos governos, podem ocorrer tragédias", disse.

O Canadá, segundo Raymont, fez um esforço bastante grande nos anos 90 para aproximar os setores público e privado e, assim, criar uma cultura de inovação tecnológica. Ele explicou que o país não tem um ministério da Ciência e Tecnologia e que as decisões do setor estão dividas entre cinco instituições do governo, ligadas diretamente ao primeiro ministro.

"Acredito que um exemplo interessante para ser desenvolvido no Brasil é o de pesquisas em combustíveis alternativos", disse Raymond. Citou uma empresa canadense que foi incubada pelo governo e tornou-se a primeira no mundo a desenvolver o gás natural como combustível a partir de motores a diesel. Segundo Raymond, desde 1994 a empresa faturou US$ 104 milhões com a solução que criou.

Os cinco grupos temáticos englobados pelo programa estão com as suas equipes definidas. Todas as áreas possuem coordenadores do Canadá e do Brasil. No encerramento do workshop, os grupos irão se reunir pela primeira vez e definir os próximos passos da cooperação.


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