Em lugares como Alem Kitmama, na Etiópia, os índices de malária são bastante altos
(foto:OMS)

Continente vulnerável
30 de junho de 2005

Nature publica em sua edição desta quinta (30/6) especial sobre a ciência na África. Sob o título Uma mensagem para a reunião do G-8, traz os grandes problemas da região

Continente vulnerável

Nature publica em sua edição desta quinta (30/6) especial sobre a ciência na África. Sob o título Uma mensagem para a reunião do G-8, traz os grandes problemas da região

30 de junho de 2005

Em lugares como Alem Kitmama, na Etiópia, os índices de malária são bastante altos
(foto:OMS)

 

Agência FAPESP - Se existem problemas ambientais em toda parte do mundo, sem dúvida, apontam diversos estudos internacionais, a África é o continente mais vulnerável do planeta. Desmatamento, aquecimento global ou a subida do nível do mar oferecem grandes riscos à população africana.

A contradição é evidente. "As mudanças climáticas são o ponto-chave. Apesar de a África contribuir pouco com o aumento das concentrações dos gases de efeito estufa, ela é a região mais vulnerável ao aquecimento global", disse Fred Binka, da Universidade de Gana, à revista Nature, que será publicado nesta quinta-feira (30/6).

A revista preparou um especial sobre ciência e África. Em quatro páginas, dez especialistas africanos colocam seus pontos de vista sobre o continente. As entrevistas estão sob o título Uma mensagem para a reunião do G-8, que acontecem em julho na Escócia.

Se a vulnerabilidade é presente na fala de todos os entrevistados, outras questões mais pontuais também aparecem. A malária é uma delas. Pascoal Mocumbi, ex-primeiro-ministro de Moçambique e hoje representante de um programa na área médica, é enfático. "Precisamos de um grande esforço internacional para combater a doença e ainda desenvolver uma vacina contra a malária."

No campo educacional, tecnológico e do conhecimento em geral é claro também o caminho que deve ser seguido. Além da reconstrução das redes nacionais e internacionais, como da infra-estrutura de algumas regiões, fortalecer o que já existe e promover ações de continuidade são outros pontos essenciais para os especialistas africanos.

O pesquisador nigeriano da Universidade de Jos, Anthony Nyong, resume bem o maior problema ambiental do continente. Para ele, a pobreza é a principal causa de degradação ambiental. "Ela é que faz o povo viver de forma não-sustentável."


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