A organização internacional Pedriatic Dengue Vaccine Initiative (PDVI) ajudará o Instituto Butantan a acelerar testes clínicos para vacina contra a dengue. De acordo com diretor da instituição, porém, produto só estará disponível em quatro ou cinco anos (foto: PDVI)

Contagem regressiva
25 de julho de 2008

De acordo com diretor da Pedriatic Dengue Vaccine Initiative (PDVI), organização que ajudará o Instituto Butantan a acelerar testes clínicos para vacina contra a dengue, produto estará disponível em até cinco anos

Contagem regressiva

De acordo com diretor da Pedriatic Dengue Vaccine Initiative (PDVI), organização que ajudará o Instituto Butantan a acelerar testes clínicos para vacina contra a dengue, produto estará disponível em até cinco anos

25 de julho de 2008

A organização internacional Pedriatic Dengue Vaccine Initiative (PDVI) ajudará o Instituto Butantan a acelerar testes clínicos para vacina contra a dengue. De acordo com diretor da instituição, porém, produto só estará disponível em quatro ou cinco anos (foto: PDVI)

 

Por Cleide Alves

Agência FAPESP – Os brasileiros convivem com a dengue desde 1986, quando foi registrado o vírus do tipo 1 no Rio de Janeiro. Em 1996 havia 1.753 áreas infestadas pelo Aedes aegypti no País. Esse número passou para 3.970 em 2006. Para conter esse avanço, várias iniciativas simultâneas buscam desenvolver uma vacina para a doença.

O Instituto Butantan, por exemplo, anunciou para dezembro a instalação de uma planta piloto de produção da vacina, que será disponibilizada para a rede pública já 2010. O diretor da organização internacional Pedriatic Dengue Vaccine Initiative (PDVI), Scott Halstead, no entanto, é mais cauteloso: a previsão é que o produto esteja disponível em até cinco anos.

“Se a vacina que estamos produzindo passar nos testes, em quatro ou cinco anos estará disponível ao público”, disse Halstead na manhã da última terça-feira (22/7) durante I Encontro da Rede Pan-Americana de Pesquisa em Dengue, em Recife.

O evento reúne pesquisadores das Américas do Sul, do Norte e Central, do Reino Unido, de Cingapura e da Índia, para troca de experiências e estímulo ao desenvolvimento conjunto de estudos acerca do problema.

O projeto do Instituto Butantan é desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos e com o PDVI, cujo papel será o de acelerar a realização dos testes clínicos, selecionando países que tenham os estudos epidemiológicos da dengue mais completos.

O PDVI, que tem sede na Coréia do Sul, entra com o know-how de já ter feito estudos epidemiológicos em outros países. De acordo com Halstead, testes clínicos estão sendo feitos em Cuba, Porto Rico e Panamá. “Com certeza haverá testes em território brasileiro. Não podemos imaginar uma triagem como essa sem incluir o Brasil”, afirmou Halstead.

A instituição é financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates, que doou US$ 55 milhões para acelerar o desenvolvimento de vacinas contra a dengue. No Brasil, com a ajuda dos epidemiologistas do PDVI, a preparação dos ensaios clínicos deverá ser financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com Halstead, a vacina vem sendo pesquisada há cerca de dez anos e é tetravalente. Ou seja, é indicada para o quatro tipos de vírus que circulam no mundo. No Brasil já foram identificados os tipos 1, 2 e 3.

“A vacina poderá ser aplicada em crianças, adultos e idosos. Por questões éticas, a triagem vem sendo realizada apenas em adultos. Ainda não sabemos se uma dose é suficiente ou se será necessária uma segunda dose”, disse.

Espera-se que a vacina seja disponibilizada em instituições públicas e particulares. “Na situação atual, o ideal seria uma vacinação em massa. Para reduzir a dengue, é preciso vacinar muita gente”, destacou.

 

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