Físico será premiado por contribuições como a mecânica estatística não extensiva, que gerou mais de 2 mil artigos de pesquisadores de 60 países e foi homenageada em fevereiro na abertura do Ano Heliofísico Internacional (arq.pessoal)
Físico será premiado por contribuições como a mecânica estatística não extensiva, que gerou mais de 2 mil artigos de pesquisadores de 60 países e foi homenageada em fevereiro na abertura do Ano Heliofísico Internacional
Físico será premiado por contribuições como a mecânica estatística não extensiva, que gerou mais de 2 mil artigos de pesquisadores de 60 países e foi homenageada em fevereiro na abertura do Ano Heliofísico Internacional
Físico será premiado por contribuições como a mecânica estatística não extensiva, que gerou mais de 2 mil artigos de pesquisadores de 60 países e foi homenageada em fevereiro na abertura do Ano Heliofísico Internacional (arq.pessoal)
O prêmio, concedido pela editora de títulos científicos Elsevier, será entregue em cerimônia a ser realizada na sexta-feira (2/3), às 16h, no auditório do CBPF, no Rio de Janeiro.
A mecânica estatística não extensiva é uma generalização da mecânica estatística de Ludwig Boltzmann e Josiah Gibbs, formulada no século 19. "Existem diversas abordagens sobre o movimento de partículas: temos a mecânica quântica e a mecânica newtoniana, por exemplo. Quando os sistemas estudados são formados por um número muito grande de partículas, é preciso usar a teoria de probabilidades. Esse formalismo é chamado de mecânica estatística", disse o pesquisador em comunicado do CBPF.
Tsallis acrescenta que a mecânica estatística de Boltzmann-Gibbs, embora funcione bem em sistemas simples, não pode ser empregada em fenômenos que envolvam sistemas complexos. "A mecânica estatística não extensiva engloba grande parte desses casos, embora haja exceções. Ou seja, a mecânica de Boltzmann-Gibbs é um caso particular dela", explicou.
Em 2004, Tsallis, com base na mecânica estatística não extensiva, chegou a outro resultado importante: previu a existência de um trio de índices, denominado tecnicamente "q-tripleto". O que era inicialmente apenas uma conjectura teórica obteve comprovação por meio da análise dos dados da nave espacial Voyager I, no ano seguinte, por Leonard Burgala e Adolfo Vinas, cientistas da Nasa, a agência espacial norte-americana, que identificaram os três índices no campo magnético do vento solar. Em 2006, Tsallis e Murray Gell-Mann, prêmio Nobel de Física de 1969, publicaram artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences no qual expandem o alcance teórico do q-tripleto.
A estatística de Tsallis gerou mais de 2 mil artigos publicados, escritos por pesquisadores de 60 países. A teoria do q-tripleto ganhou painel na abertura da exposição oficial do Ano Heliofísico Internacional, inaugurado pelas Nações Unidas em fevereiro, em Viena, na Áustria.
A exposição, que depois será levada para outras capitais européias, representa uma comemoração dos 50 anos do Ano Geofísico Internacional (1957). Tsallis acredita que, assim como o Ano Geofísico Internacional foi um marco científico do século passado, o Ano Heliofísico Internacional também trará desdobramentos importantes para a ciência deste século.
Tsallis nasceu em Atenas, em 1943. Aos 4 anos emigrou com a família da Grécia para o Brasil e, logo em seguida, para a Argentina. Depois de uma passagem pela Europa, retornou ao Brasil em 1975, naturalizando-se nove anos depois.
Entre os vários livros que escreveu ou editou está Nonextensive Entropy - Interdisciplinary Applications (Oxford University Press), com Gell-Mann. No dia 16, receberá o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Mais informações: www.cbpf.br
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