Conhecimento que vira riqueza
01 de abril de 2005

Na última reunião temática preparatória para a 3a Conferência Nacional de C,T&I, especialistas discutem estratégias que possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento do país

Conhecimento que vira riqueza

Na última reunião temática preparatória para a 3a Conferência Nacional de C,T&I, especialistas discutem estratégias que possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento do país

01 de abril de 2005

 

Por Simone Pallone*

Agência FAPESP - A última reunião temática preparatória para a 3a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, programada para outubro, foi realizada nos dias 22 e 23 de março, em Brasília. Sob o tema "Geração de Riqueza", representantes de órgãos governamentais, da comunidade acadêmica e do setor empresarial discutiram propostas para transformar o conhecimento em riqueza, de modo a estabelecer estratégias para que a ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) possam contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento do país.

Alguns temas presentes nos debates foram: o fortalecimento da cultura empreendedora; tipos de financiamento à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D); legislação; geração de patentes; e a situação do desenvolvimento tecnológico do Brasil frente a outros países.

Foram apresentados alguns casos de sucesso, como o da exploração de petróleo em águas profundas pela Petrobras, o desenvolvimento do automóvel Meriva na subsidiária brasileira da General Motors e até mesmo a conquista do mercado internacional pelo pão de queijo, a partir do desenvolvimento de um fermento especial, capaz de suportar baixíssimas temperaturas.

Mas a conclusão geral foi a de que ainda há um longo caminho a percorrer para que o país se posicione entre os mais desenvolvidos em relação à tecnologia e inovação.

Os palestrantes apresentaram o Brasil como um ambiente capaz de desenvolver novas tecnologias e de captar investimentos externos para estimular a P&D internamente. Entretanto, se o objetivo é gerar mais inovações, é necessário estabelecer condições que atraiam investimentos em pesquisa e desenvolvimento por parte do setor industrial, tanto nacional como estrangeiro.

Outro necessidade levantada é conseguir maior apoio governamental, não apenas em forma de investimentos diretos, mas por meio de medidas institucionais. A Lei de Inovação foi citada como uma esperança para os setores envolvidos no sistema de C,T&I. A renúncia fiscal, os fundos setoriais e a política industrial também foram apontados como estimuladoras do ambiente que se pretende criar.

Entre as idéias propostas, a de programas mobilizadores foi bastante elogiada pelos participantes da reunião em Brasília, uma vez que tais iniciativas permitem importantes mudanças de âmbito social e econômico, além do desenvolvimento setorial, regional e nacional.

A recomendação foi de que se descubram nichos competitivos para o desenvolvimento desses programas no país, a exemplo de recentes iniciativas no exterior em áreas como nanotecnologia, hidrogênio ou de veículos aéreos não-tripulados.

Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho, secretário da 3a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, destacou que todo o material produzido e as discussões realizadas nessas reuniões temáticas será compilado em cinco volumes.

"Vale lembrar que outubro será o mês da ciência, tecnologia e inovação, pois de 3 a 9 será realizada a Semana Nacional de C&T e, em seguida, do dia 24 ao 27, teremos a Conferência Nacional de C,T&I", destacou Aragão.

Mais informações: www.cgee.org.br/cncti3.


* Simone Pallone é repórter da revista eletrônica ComCiência (www.comciencia.br).


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