Conhecimento e ética
05 de dezembro de 2003

Reunião da Comest no Rio termina com documento que enfatiza a necessidade da inclusão social e digital para a democratização do conhecimento, a cooperação mútua e o restabelecimento do ensino de ética em todos os níveis educacionais, do primeiro grau às universidades

Conhecimento e ética

Reunião da Comest no Rio termina com documento que enfatiza a necessidade da inclusão social e digital para a democratização do conhecimento, a cooperação mútua e o restabelecimento do ensino de ética em todos os níveis educacionais, do primeiro grau às universidades

05 de dezembro de 2003

 

Agência FAPESP - A Comissão Mundial de Ética do Conhecimento Científico e Tecnológico (Comest), que reuniu semana passada, no Rio de Janeiro, ministros e altas autoridades de ciência e tecnologia de diversos países e organizações, encerrou seus trabalhos com a aprovação da Declaração do Rio de Janeiro sobre Ética em Ciência e Tecnologia.

Segundo notícia divulgada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), o documento enfatiza a necessidade da inclusão social e digital para a democratização do conhecimento, a cooperação mútua e o restabelecimento do ensino de ética em todos os níveis educacionais, do primeiro grau às universidades.

O texto propõe também que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) trabalhe para uma maior flexibilização das práticas comerciais internacionais, especialmente em relação a medicamentos e saúde pública. A reunião no Rio de Janeiro foi a primeira da Comest realizada fora da Europa.

Dominique Peccoud, representante da Organização Mundial do Trabalho no encontro, reforçou a orientação de que as inovações tecnológicas devam ser acompanhadas por processos que busquem compensação para empregos e tipos de trabalho que venham a se desestruturar em função das novas tecnologias.

A Declaração do Rio de Janeiro sugere ainda a criação de um Fundo para a Promoção da Educação, Ciência e Tecnologia, em cada país signatário (Brasil, Argentina, Peru, Paraguai e Colômbia) e a troca do pagamento de juros das dívidas externas dos países em desenvolvimento por investimento em educação, ciência e tecnologia.

O ministro de C&T da Argentina, Túlio Del Bono, reafirmou seu apoio à proposta apresentada pelo colega brasileiro Roberto Amaral. Del Bono afirmou que a única forma de os países sul-americanos romperem com as atuais distorções econômicas mundiais é trocar a dívida por conhecimento. "Os investimentos necessários a essas áreas não podem ser usados para pagar a dívida externa. Se quiserem que a paguemos, vão ter que nos ajudar a crescer", disse.

Para Amaral, a proposta representa a união dos países em desenvolvimento na disputa por mercados internacionais. Os dois ministros anunciaram também a decisão de criar, com a colaboração da Unesco, um portal bilíngüe sobre ética, ciência e tecnologia. O objetivo é disponibilizar a estudantes e pesquisadores, pela internet, material informativo e experiências com o ensino da ética no conhecimento científico e tecnológico.


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