Conhecimento distribuído
25 de julho de 2005

Reunião da SBPC em Fortaleza tem grande impacto na comunidade regional e ressalta o fortalecimento da ciência brasileira. Com cerca de 7 mil visitantes, no encontro foram apresentados 1,1 mil pôsteres de alunos do Ceará

Conhecimento distribuído

Reunião da SBPC em Fortaleza tem grande impacto na comunidade regional e ressalta o fortalecimento da ciência brasileira. Com cerca de 7 mil visitantes, no encontro foram apresentados 1,1 mil pôsteres de alunos do Ceará

25 de julho de 2005

 

Por Eduardo Geraque, de Fortaleza

Agência FAPESP - Se entre os objetivos da 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) estava o de causar um impacto na comunidade regional, pelo menos essa meta pode ser considerada como cumprida.

Números divulgados por José Jackson Sampaio, professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e coordenador local do encontro realizado em Fortaleza, após uma semana de muito calor e sol, atestam essa tendência, também registrada em anos anteriores.

Foram apresentados 1.130 pôsteres de alunos do Ceará, de um total de 4.560 pregados nos pavilhões de lona montados no campus da Uece, que ganhou o status de sede da reunião da SBPC por causa das comemorações dos 30 anos da universidade cearense.

"Nossa missão agora, e isso nem sempre é fácil, é fazer com que essa participação, esse gosto pela ciência, seja alimentada ainda mais", afirmou Sampaio.

O balanço final da reunião da SBPC indica ainda a participação de 6.894 pessoas e a ocorrência de 54 conferências, 72 minicursos, 94 simpósios e 14 encontros científicos. Além das desistências normais – a média histórica mostra um índice de 10% –, este ano a crise política do governo federal também alterou a presença na SBPC. Ao contrário do que é tradicional, o ministro da Ciência e Tecnologia, seja o anterior ou o novo, não conseguiu comparecer na reunião.

"Isso é normal. A troca ocorreu agora (no dia 21). Mesmo assim, a SBPC avalizou o nome de Sérgio Rezende para a pasta da Ciência e Tecnologia. Ele é um cientista e, sem dúvida, fez um trabalho muito importante à frente da Finep", disse Ennio Candotti, presidente da SBPC reempossado na reunião em Fortaleza, à Agência FAPESP.

A chapa para o próximo biênio conta ainda, nas duas vice-presidências, com Dora Fix Ventura, professora da Universidade de São Paulo, e Celso Pinto de Melo, físico da Universidade Federal de Pernambuco. "Uma de nossas missões, seguindo o convite do professor Candotti, é trabalhar para que os doutores que estão sendo formados todos os anos consigam ser fixados em suas próprias áreas de atuação", disse Melo.

A questão da educação, pelo que mostrou a nova diretoria da sociedade, será uma das chamadas áreas prioritárias de ação. Para Candotti, é preciso que a campanha pelo descontingenciamento dos recursos dos fundos setoriais continue. "Além disso, muito dinheiro que está em fundos importantes, relacionados à área, acaba não sendo usado exatamente em ciência e tecnologia", disse. O presidente da SBPC explica que a entidade pretende continuar desenvolvendo ações para popularizar a ciência, inclusive entre alunos dos ensinos médio e fundamental.

Ainda dentro dos grandes temas, a Amazônia continua sendo um dos problemas mais preocupantes. "Temos que ter em mente que a floresta é uma grande biblioteca. Mas temos que fazer com que a sociedade possa ler esses livros valiossísimos que estão lá, antes que eles sejam queimados", disse Candotti.

Depois do Nordeste, a SBPC visitará duas outras regiões nos próximos dois anos. Em 2006, será a vez de Florianópolis e, no ano seguinte, Belém, reforçando o peso da Amazônia.


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